domingo, 6 de abril de 2008
DAS RELAÇÕES
Vivemos em um ambiente controlado que chamamos de civilização. Este meio se sustenta graças a diversos artificialismos, dando-nos condições de segurança e bem-estar e através disso podemos ter uma relação pacífica entre nossos pares. Olhe a sua volta. Você não deveria ter água, mas tem. O sol provavelmente já se pôs, ou escondeu-se atrás de algum obstáculo, porém num clique você tem sua estrela particular.
Esta realidade de concreto, aço e vidro permite que vivamos separados o suficiente para não matarmos uns aos outros como leões presos em uma jaula pequena. Nossa cela atual tem nuances de labirinto, onde os sentidos são iludidos. Quando cai o pano não raro viramos feras, ou ovelhas.
Mas quando falta energia em sua casa e a tevê se desliga, ou quando o semáforo pisca no amarelo naquele cruzamento e é preciso decidir se damos passagem ou forçamos a nossa, como é sua interação? Como você se relaciona com o outro em uma situação de conflito?
Quando o controle, o verniz social é retirado o que sobra de você? É capaz de manter os laços humanos ou eles se rompem na primeira tensão?
A terra e o mundo
Nosso relacionamento moderno muitas vezes usa interfaces, como blogues e sites de relacionamentos. Na vida real, no contato direto,usamos outra forma de manter nosso conforto e sobrevivência: política.
Política não é aquela coisa feia e sem paixão que muita gente faz nas urnas, ou poucas gentes fazem nos palácios de governo. Política é a relação entre você e o outro. Com este outro podemos nos relacionar como senhor e escravo, ou como iguais. Depende da situação e das armas escolhidas.
Há uma dicotomia entre nós e o natural que insistimos em manter, que é possível identificar como o mundo e a terra. Olhe ao seu redor e veja que há muito não estamos imersos no natural. Cobrimos porções de terra com o nosso mundo, usando o asfalto e concreto como fronteira, como isolante.
Sem esta barreira certamente passaríamos por uns apuros, pois nos sujeitaríamos a viver imersos na condição natural. Mas ao mesmo tempo alteramos tanto o horizonte da cidade que as neblinas que apareciam durante o inverno se foram, deixando o ar seco e as crianças propensas a todo tipo de problemas respiratórios. Os mananciais que abastecem a nossa e outras cidades estão sob ataque. A qualidade de vida se deteriora.
Nossa relação com as pessoas têm se deteriorado a olhos vistos. E imagine: se uma pessoa não liga para a sorte de outra, prestará atenção aquilo que acontece ao seu bairro, cidade, nação ou planeta?
Resta questionar
*Até onde deve ir o desenvolvimento em nossa cidade?
*Como medir isto?
*Como ter uma relação sustentável com a terra sob o asfalto?
*Como reconhecer e reverter situações de calamidade ambiental?
*Que administrador público terá peito de propor e executar estas mudanças?
*Qual é o seu e o meu papel nisto?
Pensemos.
Saúde, amizade, liberdade.
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Olá!!
ResponderExcluirObrigada pelo comentário, fico feliz que tenha gostado. Pretendo escrever mais sim e com certeza minha intenção maior é falar sobre o dia-a-dia, mas decidi primeiro escrever uma espécie de introdução.
Muito bom o seu blog. Sobre o desenvolvimento urbano na Terra... Apesar de eu estar muito bem acomodada em meu cubo de concreto, com meus utensílios domésticos quadrados, o carro e o asfalto das ruas, entre as demais coisas que nos proporcionam conforto, eu digo que... A vida humana precisava de um "Reset", alguma catástrofe mundial que devastasse tudo e ficasse impossível continuar com toda essa tecnologia (bem, já está começando né?). Quem sabe assim o ser humano aprendesse a evoluir em conjunto com o Todo, começando do zero.
Eu estou querendo acreditar que a profecia do calendário Maia é verdade, rs...
Beijos!!!
Cara, isso de "reset" me dá "mó" medo! O processo de "reinicialização" costuma envolver saques, toques de recolher e um mundo estilo Mad Max por uns duzentos anos. Vide a queda do Império Romano.
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