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sábado, 8 de março de 2008

DA MULHER



O Dia Internacional da Mulher hoje é comemorado com flores e bombons, mas suas origens são menos nobres e alegres que as atuais.

Um dedinho de história
No dia 08 de março de 1857, 129 em uma fábrica de Nova Iorque foram mortas por um incêndio causado pela polícia durante um protesto por redução de carga horária e auxílio-maternidade, além de outras reivindicações.

Hoje, porém, pouco se comenta sobre estas coisas, salvo publicações feministas, de cunho socialista ou histórica.

Incesto, estupro e as mais variadas formas de violência cometidas contra o feminino (e porque não, machos-beta também), seja em nível divino ou humano, não encontram atualmente seu contraponto. Hoje o feminino assumiu o título de "cachorra" em muitas partes do país, salvo exceções. Tudo é comerciável sob o Capital, e se um corpo está no mercado, porque não comprar?

Estranho é que muitas aceitam o posto. Muitíssimo estranho é o silêncio da maioria. Muitisíssimo estranho é um homem tocar no assunto...

O Corpo da Terra
Não é exagerado dizer que aquilo que acontece ao corpo nosso também acontece ao corpo da Terra. Os mitos gregos, que ajudaram a moldar a consciência do mundo ocidental, nos dão pistas de como isto se dá através das histórias de Zeus, senhor do Universo.

Preocupado em satisfazer a si próprio e aos seus interesses, ele vê, vai e vence. Submissão aos seus desejos é a única alternativa. Sua tomada de poder segue um ciclo de violência começado por seus antepassados, do qual ele é mero seguidor.

Gaia, Demeter e Kore... avó, mãe e filha, são apenas mais uma peça no espólio de guerra. Hoje a história se repete em Danfur com os estupros sistemáticos, na Argentina com as famílias que buscam o corpo de seus parentes mortos pelo regime militar, no interior de nosso país nas lutas campesinas.


A Mulher Pagã

Sabem, sempre desejei que as mulheres pagãs tomassem a frente das iniciativas sociais em defesa de seu gênero. Afinal, muitas delas usam como travesseiro o livro Mulheres que Correm com os Lobos, da escritora Clarissa Pinkola Estés. E leio muito sobre a descoberta que muitas mulheres fizeram a partir desta obra e das rodas de conversa propostas por muitas delas em todo o mundo.

Meu desejo mais profundo é que estes círculos de poder se fortaleçam e que, quando chegar o momento, possam convidar homens interessados nas mulheres lupinas para que juntos possamos mudar a realidade do mundo. Acredito hoje que são as mulheres pagãs as mais aptas para realizar esta transformação, se a semente da mudança for bem cultivada em seu coração.


Perguntas pertinentes
A quantidade de mães solteiras cresce a olhos vistos. Como esta nova geração se desenvolverá?

As clínicas clandestinas abortivas operam a todo vapor. Legalizar? E em que moldes?

Mulheres da África e Oriente são vítimas de apedrejamentos e estupros em massa(!). Não é de nosso país, nem de nossa religião, logo não é de nossa conta?

Como ver a Terra como Mulher mas permitir que suas filhas sejam violadas desta maneira? Ninguém ouve os gritos de Korê?

E mulheres do meu Brasil, lembrem-se da máxima: antes só que mal acompanhada!


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