quinta-feira, 18 de setembro de 2008
LIÇÕES DIFÍCEIS
Conta-nos textos inspirados que a Deusa era una no universo até que um dia gerou de si mesma Outro ser semelhante a Ela, mas diferente. Seu oposto e seu complemento. Ela o recebera primeiramente como Filho e depois como Amante. A partir então da união deles então surgem todas as coisas. No tempo certo, porém, seu Outro sucumbe e morre, retornando ao Ventre Sagrado. Mas não é o fim, porém, e sim um novo começo, renovado. O que seria um erro então se torna a salvação.
No Princípio
A Biologia reconhece este fato descrevendo uma das formas mais simples de reprodução é a divisão de si mesmo em duas partes. O único problema desta forma de reprodução é que ela não gera variedade, ou como gosto de chamar, aprendizado. Se todos forem iguais, todo sucumbem pelo mesmo mal.
Sem variedade só se tem a extinção. Mas então algo dá errado, e o que não programado acontece, surgindo alguem diferente. O fim chega somente para os que não se modificam. Quando esta mudança salva nossas vidas, nós a chamamos de evolução. Posteriormente inventamos o termo masculino e feminino, ele e ela. Mas biologicamente o masculino somente é um feminino diferente.
Tecnologia
Vivemos em uma sociedade onde dependemos profundamente de complexas máquinas. Quando pensamos em máquina, falo não só da calculadora ou do meu computador, mas de itens maiores como aviões, navios e redes elétricas.
Nossas primeiras máquinas, como lanças, fundas, arados facas de pedra também são formas de tecnologia, das quais tudo o que possuímos hoje descendem. Estes aparelhos nos permitiram sobreviver à Natureza que sempre exigiu seu quinhão de seus filhos.
Nossos remédios, instrumentos, máquinas e coberturas nos separaram gradativamente do mundo natural e aprendemos a criar outro meio-ambiente. Então despertamos nossa consciência, tomamos conta daquilo que chamaríamos de realidade. Apartados um pouco da Terra, apesar de para ela retornarmos e dela retirarmos nossa nutrição. E assim fazíamos com tudo a nossa volta: nossas casas, roupas e utensílios, tudo da terra nascia e para ela voltava.
Sociedade da saciedade
Mas a complexidade de nossa vida aumentou. E nossa separação também, afinal, nunca aceitamos o fim de nossa existência nem a dos nossos com bom grado. A morte nunca é bem vinda mesmo que inevitável. A separação do mundo veio a atender esta demanda, primeiramente: garantir uma existência mais estável e mais longa.
E quando conseguimos atingir um certo patamar de tempo de vida, nossa busca se direcionou para a saciedade dos sentidos. A sobrevivência estava assegurada, e era hora do prazer. Prazer nas artes, na convivência com o outro, conosco e com os bens que nos rodeavam.
Tudo que é de graça tem um preço
Como dito, a complexidade de nossas relações só aumentou, e a demanda pela segurança de uns e o prazer de outros só acompanhou. Ao mesmo tempo, o número de pessoas no mundo nos empurra em direção às fronteiras da terra, a conquistas de novos espaços e recursos. Pressionamos cada vez mais. Seguramos pelos pulsos Aquela que nos gerou e gritamos "mais, Mais, MAIS!"
Falamos todo dia nos jornais em "desenvolvimento". Achamos que as crises são desastres menores no caminho. Mas estamos desequilibrados, e mais agora do que nunca, porque somos muitos e nunca em nossa curta história estivemos tão distantes e violentos. Pequenos erros podem trazer grandes conseqüências devido a esta complexidade que criamos.
Perguntas Pertinentes
O fato que todo o desenvolvimento tem um patamar. E o que chamamos de crise é a volta do pêndulo. Cabe então a seguinte pergunta: * Demorará para percebemos que em muitos lugares do tempo e do espaço ou atingimos ou ultrapassamos os limites? * É possível aproveitar este recuo para aprendermos algo sobre nós e a Terra?
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