"(...)Andou por vários dias até alcançar uma gruta, no interior da qual descortinou-se uma fenda que conduzia ao reino de Plutão. Munida somente de sua coragem, Psiquê penetrou nos escuros labirintos da morada dos mortos."
Cupido e Psiquê, retirado da obra As 100 melhores Histórias da Mitologia, de Franchini e Seganfredo
Alma, ou psy·khé em grego, é uma palavra de infinitas significações. Uma delas nos sussurra que é graças a alma, por exemplo, que ficamos agitados, vivos... ou animados!
Quando temos alma, estamos vivos no pleno sentido da palavra, absorvendo e exalando ar, segundo após segundo. A respiração que sempre foi um dos indicadores que nós não passamos para o Outro Lado. Segundo o mito dos povos do Oriente Médio, a vida nos foi dada pelo sopro.
A simbologia que mais gosto é a da borboleta. Creio que existem poucos seres que retratam a metamorfose de maneira tão bela e clara. Primeiramente vemos um ser disforme, às vezes venenoso, cuja a vida é comer e defecar. O tempo passa e ele fica maior e mais voraz, mas nos acostumamos a tê-lo ali. É parte da paisagem.
Certo dia nos damos conta de que ele não só parou de comer como também não se movimenta mais. E que em torno de seu corpo uma fina camada de seda se forma. Se fora fácil esquecer de um ser que se movimentava e comia tudo em seu caminho, imagina então agora que ele sumiu, submergia em si mesmo? Passada uma leve curiosidade inicial, deixamos aquele casulo de lado e tocamos a vida.
Ah, mas é tudo ilusão. Se formos bons observadores veremos, em um dia quente e bonito de sol, que aquela coisinha de seda que estava no canto da janela se mexeu. E mais: Há algo que lá dentro luta para estirar suas asas à luz da manhã. E então elas saem de seus casulos aos milhares, seja para um passeio em seu quintal ou para atravessar um continente. E tudo para achar outras almas, assim como fez Psiquê.
Gosto de pensar que, periodicamente, somos esses seres, que nascem e renascem de tempos em tempos. Seres que romperam com atos inúteis, ciclos viciosos, pensamentos nocivos e acorrentadores, e se cederam ao novo e ao belo, finalmente. Para o mundo elas são jovens, recém-nascidas do casulo. Mas só a Deusa sabe o quanto elas caminharam dentro de si para ganhar asas!
E só a partir disso, quando finalmente emergem plenos em sua vitalidade e leves, é que vão em busca do Amor.
Pensem nisso.
Cupido e Psiquê, retirado da obra As 100 melhores Histórias da Mitologia, de Franchini e Seganfredo
Alma, ou psy·khé em grego, é uma palavra de infinitas significações. Uma delas nos sussurra que é graças a alma, por exemplo, que ficamos agitados, vivos... ou animados!
Quando temos alma, estamos vivos no pleno sentido da palavra, absorvendo e exalando ar, segundo após segundo. A respiração que sempre foi um dos indicadores que nós não passamos para o Outro Lado. Segundo o mito dos povos do Oriente Médio, a vida nos foi dada pelo sopro.
A simbologia que mais gosto é a da borboleta. Creio que existem poucos seres que retratam a metamorfose de maneira tão bela e clara. Primeiramente vemos um ser disforme, às vezes venenoso, cuja a vida é comer e defecar. O tempo passa e ele fica maior e mais voraz, mas nos acostumamos a tê-lo ali. É parte da paisagem.
Certo dia nos damos conta de que ele não só parou de comer como também não se movimenta mais. E que em torno de seu corpo uma fina camada de seda se forma. Se fora fácil esquecer de um ser que se movimentava e comia tudo em seu caminho, imagina então agora que ele sumiu, submergia em si mesmo? Passada uma leve curiosidade inicial, deixamos aquele casulo de lado e tocamos a vida.
Ah, mas é tudo ilusão. Se formos bons observadores veremos, em um dia quente e bonito de sol, que aquela coisinha de seda que estava no canto da janela se mexeu. E mais: Há algo que lá dentro luta para estirar suas asas à luz da manhã. E então elas saem de seus casulos aos milhares, seja para um passeio em seu quintal ou para atravessar um continente. E tudo para achar outras almas, assim como fez Psiquê.
Gosto de pensar que, periodicamente, somos esses seres, que nascem e renascem de tempos em tempos. Seres que romperam com atos inúteis, ciclos viciosos, pensamentos nocivos e acorrentadores, e se cederam ao novo e ao belo, finalmente. Para o mundo elas são jovens, recém-nascidas do casulo. Mas só a Deusa sabe o quanto elas caminharam dentro de si para ganhar asas!
E só a partir disso, quando finalmente emergem plenos em sua vitalidade e leves, é que vão em busca do Amor.
Pensem nisso.
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