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domingo, 21 de setembro de 2008

DA EXPERIÊNCIA




Quando temos uma experiência religiosa, mística, emocional, é algo de cunho extremamente pessoal e que ninguém poderá explicar com exatidão. Isto porque explicar, medir, qualificar compete a ciência e não religião.

A religião trata de credo, de fé (credo quia absurdum est) e portanto sua experiência só pode ser explicada por você mesmo e pelos símbolos que você absorveu ao longo de sua vida. Diferentemente de fenômeno, algo observável por terceiros (num sentido muuuito sucinto!) e, portanto, ciência: fenômenos biológicos, químicos, físicos...


Exemplificando

Uma flor é definida como sendo parte de uma planta e que se destina à reprodução sexual. Sabe-se disso pois é possível observar o fenômeno vez após vez nos jardins, através de pássaros e flores; pode-se arrancar as pétalas e órgãos internos, corta-los e observa-los.

Dois botânicos, mesmo separados por quilômetros de distância, concordarão plenamente se analisassem duas plantas da mesma espécie e nomeassem suas partes principais.

Mas a experiência de se sentir o perfume dela e daí arrancar símbolos internos (há flores que me lembram encontros românticos como rosas, flores que me lembram despedidas em funerais, como crisântemos...) é de cunho totalmente pessoal. Isto não é classificável em livros, ou possível de se explicar. Faz parte da bagagem, social, cultural e histórica de cada indivíduo.


Dificuldades

Eis dos motivos pelos quais falar de ambientalismo para alguém é tão difícil. Para nós ver a natureza como um todo, e nós parte deste todo, é muito fácil pois sentimos isto. Nem todos estão abertos ainda para sentir este amor ainda.

Amar é liberdade e conhecimento. Mas estas são duas palavras em desuso. Atualmente temos a libertinagem e a técnica, e ambos são insípidos, áridos, vazios. Libertar é ter e não dominar, enquanto conhecer é envolver-se, conhecer a si e ao outro também.

E quem ousa olhar nos olhos de alguém e ver neles o reflexo de seu rosto?


Empatia

É bom repetir: só se luta com todas as forças por algo que se ama. Sem esta ligação, esta empatia pelo Todo, sem o amor que se sente ao olhar o mundo natural e ver nele a face do divino, não se tem uma defesa ambiental marcante. Faz-se porque alguém mandou, e só se faz enquanto esta ordem externa se manter forte.

Isto tem que nascer do tambor que bate em seu peito. O coração da Terra tem que bater com o coração da gente. O coração da gente tem que fazer eco com o da Terra.

O coração da Terra é sua cidade, seu bairro, quadra, rua, casa, quarto. É a cadeira onde está agora.

Viva esta experiência constantemente!!!


Saúde, amizade, liberdade

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