Páginas

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

O VELHO E O NOVO



Para muita gente ao redor do globo é vívida a euforia por conta da mudança de ano. Famílias inteiras neste país deixaram suas casas e rumaram para o nosso extenso e quente litoral, em busca do sol e do banho de mar afim de pular tantas ondas.

Em algumas horas, segundo o calendário ocidental gregoriano estaremos em 2010 DC. Para muitos o ano começa em festa, para outros nem tanto. O mês de Janeiro tem este nome por conta de Janus, o Deus romano de duas faces que olha tanto para o passado quanto para o futuro e que comanda a entrada dos anos.

 

Calendários

Nós ocidentais temos a pretensão de achar que o mundo inteiro comemora a entrada de ano na mesma data. Mas como comentei em outra oportunidade, muitos povos possuem seu próprio ritmo.

Particularmente vivo segundo outro calendário, algo mais regido pelas estações e que tem como o verão o seu ápice. Para mim este não é um período de término/recomeço, mas de forças plenas. Eu não consigo ver, por conta das altas temperaturas, gente pensando no futuro. É impossível a gente se concentrar com tanto calor, sol e cerveja! Rs! Como essa a grande quantidade de gente que tomará vinho e comerá lentilha e outros alimentos calóricos para o desespero dos nutricionistas e equipes médicas, que recomendam alimentos leves e roupas frescas neste país tropical vai pensar no futuro?

Nesse ponto a virada do ano nos países onde o inverno comanda estão mais condizentes com a realidade, uma vez que o frio natural diminui nosso ritmo, o que nos leva a ponderar sobre o faremos com todo um ciclo novinho em folha. E o frio também nos leva a reunião, para compartilharmos calor e companhia.

 

Desafinado

Eu sempre tenho a impressão que "começamos" o ano de maneira descompassada, se nos atentarmos aos sinais naturais. O que é bom para quem se aproveita da maré energética e a surfa convenientemente. Afinal, quem queimou todo o dinheiro nas compras de Natal não aproveitará os descontos enormes de início de janeiro, por exemplo.

Para você que respeita a tradição, feliz 2010. E para você que vive segundo os ciclos sazonais, continuemos a luta que logo vem a colheita!!!

 
S. Thot


sábado, 26 de dezembro de 2009

CRIANDO A MAGIA








A disposição do círculo marca o início formal do ritual.


A Dança Cósmica das Feiticeiras, obra deStarhawk

Nas comunidades do Orkut, pelo MSN e mesmo pessoalmente as pessoas me pedem para criar para elas Feitiços & Encantos. Não raro atendo aos pedidos mas apenas quando vejo a necessidade real, como casos de doença. Ou uma vez que não só criei como realizei um feitiço para que o peso da Justiça caísse sobre um malandro que atormentava uma amiga, história que conta em outra oportunidade.

Sempre que posso explico que o Poder não vem de mim, que sou apenas um canal que ele está ao alcance de todos que o pedem. Sendo a Magia o ato de modificar a realidade segundo a minha vontade, é justamente esta vontade férrea o principal alimento. E todos os elementos que nos cercam apenas corroboram, apoiam esta visão.


A amiga Hazel do blog Casa Claridade concorda comigo neste aspecto.


A Criação do Universo

Já me perguntaram: tenho que criar um Círculo Mágico? Ele serve como proteção? Acredito que antes de ser uma barreira, o círculo é um caldeirão, um recepiente onde a Magia borbulha. Não separo a Magia da Religião, mas está imersa nela. Sendo assim dou-lhe um caráter sagrado, não algo corriqueiro, que se faz a todo momento, mas especial, profundo, de reverência.

A criação do Círculo e dos elementos em seu interior é uma dramatização no sentido mais profundo e grego da palavra. Os gregos tinham no teatro uma ponte com o Divino em diversos aspectos. Quando criamos o Círculo, chamamos os Quadrantes, o Deus e a Deusa, realizamos no microcosmo aquilo que ocorreu no macrocosmo.

E por breve momento o minúsculo e o imenso se olham e se reconhecem. Este é o momento Mágico.


Melhor Prevenir

A sabedoria popular é prudente ao futuro, pois tudo pode acontecer. Somos descendentes diretos do povo das fazendas, dos pagãos, que sofriam com o clima ora seco, ora chuvoso, hora frio demais ou quente demais. Sabiam que quanto maior o número de informações disponíveis para saber a hora de arar, semear e colher, melhor resistiriam aos períodos de crise.

Para isto os líderes espirituais de todos os tempos, que também eram conhecedores do mundo físico, tinham que conhecer os ciclos da vida para servir de intérprete entre o Desconhecido e a pessoa comum.

Conosco é semelhante. A consulta à Lua, ao Sol e às Estrelas são práticas comuns entre os magos atuais, além de cores, músicas, aromas, alimentos, gestos, roupas. Estes elementos supre (e direciona) nosso cérebro para a condição ideal.

Com quatro ou cinco bons livros e uma boa obervação do mundo ao seu redor, você tem todas as referências necessárias para realizar uma miríade de Feitiços & Encantos. Você perceberá que a base é sempre a mesma, mudando apenas alguns temperos.


Mas tem algo importante e que é o sustentáculo de qualquer ato mágico. E aqui falo de experiência, de percepção, de fé.


A Fé que Move Montanhas

As Forças começam a se movimentar mesmo antes do ritual, mesmo antes do Feitiço ser feito. Porque você QUER que assim seja. Sua vontade tem que ser soberana. Você tem que crer em si, na sua necessidade, na capacidade de realizar no físico aquilo que lança no espiritual e se responsabilizar pelos resultados obtidos. Sejam bons ou sejam ruins.

Para crer em si mesmo, aquilo que você diz tem que se realizar. Ah, deixa em escrever de novo só para enfatizar... Se você nõ tem fé em si, se você se poda, se boicota, mente para si mesmo, se cria projetos que sabe de antemão são inaplicáveis, é melhor voltar outra hora.

O que você diz tem que se realizar, entendeu?


Prudente como a Serpente

Tenha certeza do que pede e na capacidade que tem de suportar os encargos. Na Natureza não existe almoço grátis, lembra. Estamos mergulhando na Teia da Vida, e cada ação nossa desencadeia reações nas pessoas e coisas em volta.

E boa sorte.

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

VIVER É PRECISO?


"Navegadores antigos tinham uma frase gloriosa: 'Navegar é preciso; viver não é preciso'. Quero para mim o espírito [d]esta frase, transformada a forma para a casar como eu sou: Viver não é necessário; o que é necessário é criar. Não conto gozar a minha vida; nem em gozá-la penso. Só quero torná-la grande, ainda que para isso tenha de ser o meu corpo e a (minha alma) a lenha desse fogo."

Fernando Pessoa

Tornar a vida grande... Sim, fazer algo em nossos dias que realmente valha a pena contar no futuro. Observando e ouvindo as pessoas na rua, nos ônibus e filas de mercado já me deparei com o absurdo da vida pequena. Só ouvi falar dos pequenos problemas, das mesquinhezas de uma existência menor. É a vida como um núcleo secundário de uma novela das oito, onde os pobres fazem micagens.

Não posso dizer que seja a idade, afinal eu não me acho (tão) velho, e também porque sempre tive esta visão de mundo. Aliás, que anda menos radical agora e talvez isso sim seja um sinal de senilidade. Mas há uma chama débil tremulando em algum lugar aqui dentro e é ela que me aquece no deserto do real. Ainda que isso me deixe mal vez ou outra.

Neste ponto até apoio as pessoas que, irracionalmente, destroem o planeta: não-pensar é incrivelmente mais fácil. Como os violinistas do Titanic, tocar até o navio afundar de vez. Há algo que se possa fazer contra o iceberg do status quo? Bem, há o trabalho de formiguinha, o dia-a-dia. Há o refletir e agir constantes.

Uma coisa que percebi nas grandes histórias de heróis é que eram as pessoas certas na hora certa. Ser herói é ter nas mãos a chave que muda a realidade, mas sem saber para quê aquele troço serve até o momento crucial. O herói como alguém finalmente desperto para a vida, atuante, que participará dela não como mero coadjuvante, mas como um de seus protagonistas, um dos Argonautas a cruzar o mundo conhecido e nele achar perigos e tesouros.


Talvez sucumbir no final até. Mas não é esse o destino de todos? Até lá, sejamos radiantes como o Sol.


quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

NUNCA SALVAREMOS O PLANETA





Vendo as discussões em Copenhague percebi o quanto somos arrogantes em nosso discursinho de "Salvar o Planeta". Não é a questão de salvar ou não a vida na Terra já que, de um modo geral, ela estava aqui quando nossa espécie despontou na História e continuará aqui quando nos formos como tantas outras.
A questão é que queremos mesmo é salvar nossa pele. Ou menos o querem aqueles que vislumbraram o futuro nas lâminas de tarô ou nos eventos climáticos e suas conseqüências para as populações.

Como um pagão que vê na Terra o rosto da Deusa que pari, nutre e recebe, creio que seja uma questão não só de sobrevivência mas também de respeito a defesa deste equilíbrio que se degrada a olhos vistos nas ruas da cidade.
Eu sempre cito a cidade porque, tal qual a família, ou um coven, é o nosso núcleo celular, nossa celula mater.

É aonde agimos e existimos como pessoas, onde exercemos nossos deveres básicos e garantimos os direitos. E o que acontece na cidade acontece no mundo, sendo o oposto também verdadeiro.
Penso na Lei de Retorno e no quanto ela é simples e verdadeira: o que fazemos ao planeta fazemos a nós mesmos porque a ação retorno age como um bumerangue.

Então, talvez fazendo uma concessão, posso afirmar que salvar o planeta até que faz sentido, uma vez que assim o fazendo, jogamos no futuro aquele bote salva-vidas que um dia nos resgatará.


Saúde, amizade, liberdade.


S. Thot

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

SOBRE O FUTURO




"Visualização é a capacidade de ver, ouvir, sentir, tocar e saborear com os sentidos internos."


Da obra a Dança Cósmica das Feiticeiras, de Starhawk

O futuro sempre foi algo mágico e aterrador. Desde as mais tenras eras recorremos à homens e mulheres de poder para descobrir o que nos espera na próxima esquina da Vida e as mais diversas mancias foram usadas para este fim.

Em parte porque a terra, de modo geral, era um lugar aterrador, selvagem e mortal. As cidades eram escassas, maioria das pessoas era moradora dos campos. E mesmo as cidades eram lugares sujos em sua maioria, focos de doenças e violência. Trabalhava-se duro, comia-se com dificuldade e morria-se cedo. Isso quando o governante do local ou vizinho não inventava uma guerra.

Em linhas gerais nossa sociedade goza de alguns privilégios, como acesso à água limpa, mais alimentos, remédios, transporte e informação. Ao menos em boa parte do globo. Ou da nação Ou da cidade. O futuro pode ser algo mais promissor, claro e otimista. O futuro pode ser melhor.

Mas este futuro melhor depende de uma boa base, estrutura sólida, e um passado com conteúdo. Rápido, pois em breve o futuro se fará presente.


O Clima promete

Por conta das mudanças climáticas o amanhã tem sido sombrio. Desde a Eco-92 as reuniões sobre mudanças no estilo de vida de nações inteiras tem caído no vazio. Agora em Copenhague há suspeitas de manipulação de dados a fim de maquia-los.

No entanto o cidadão comum não é tocado por este apelo simples. Não importa que lhe diga que as gerações futuras vão herdar uma terra suja, poluída. O cidadão comum não vê a ligação entre essas gerações futuras e seus filhos, não é incrível?

E o Brasil, com o pré-sal, com o biocombustível, com esse governo popular no meio disso tudo. seremos nós o país do futuro, como diziam aqueles antigos slogans?
Podemos viver em um eterno país do futuro, mas isso não é tangível, não é real. O futuro deve ser uma meta e não uma ilusão.