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quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

DAS CRISES




Desde o final de 2008 ouve-se e lê-
se sobre esta crise econômica que afirmam ser a pior desde a quebra da Bolsa de Valores Norte-Americana em 1929. Desempregos em massa, quebradeira de empresas e coisa e tal. Mas enquanto uns choram, outros vendem lenços. Quem lucra com esta crise, para onde foi todo este dinheiro e principalmente para nós, o que representa isto para a Terra?
 
 

Ciclos


O que os leigos e os mal-intencionados chamam de crise eu chamo de ciclo. O Capitalismo vive de ciclos. As pessoas falam de crescimento da economia. Falam como se crescer fosse a única direção possível. Sabemos como pagãos que o inverno precede o verão, que a noite precede o dia. É a verdadeira Roda da Fortuna, onde a única coisa estável é o eixo em torno do qual o mundo gira.

O mundo não está em crise, apenas o dinheiro é que mudou de mãos.


Será que a crise nas montadoras, que produzem por isso menos carros, não é benéfica do ponto de vista ecológico? Afinal, menos carros sendo construídos são menos fontes poluidoras nas cidades. Sempre existe uma janela aberta quando as portas se fecham.

O pêndulo um dia precisará recuar e é preciso preparação. Nos campos, quem não se precavia passava fome, os chamados tempos de vacas magras. Como pagãos somos treinados para perceber estes sinais, para ver os problemas e nos antecipar a eles antes de sofrer com suas consequências.


O que você acha? Esta não era uma crise anunciada? Será que se estudarmos bem os motivos pelos quais ela surgiu, assim como os antigos estudavam as estrelas para determinar quais os momentos de plantar e de colher, não saberemos suas causas e não ficaremos mais espertos para evitar ou minimizar os efeitos danosos das futuras que certamente virão?




Assumir uma posição

Assumir uma posição clara sobre estes e outros assuntos exige sim, alguma coragem. Pensamos sempre neste termo quando queremos evocar atos de heroísmo. Mas há coragem nas coisas mais simples.

Dizer que alguém está certo ou errado, por exemplo, exige coragem. Porque seremos questionados sobre nossa posição e teremos que dar um retorno. Que gerará novas perguntas e novas respostas. E cada vez nos comprometemos mais com aquilo que acreditamos.

Mostrar nossos conceitos de forma organizada e profunda é dever de todos que participam da sociedade, porém este é um direito exercido por poucos. A maioria só fica como expectador, não sendo heróis de suas vidas.

E não há tempo a perder. Vejam aí os Grandes Investidores Financeiros. Queriam submeter tudo e todos ao frio metal, diziam que o Estado atrapalha a livre economia, e os trabalhadores e as leis que os protegem perturbam o crescimento. Porém, quando seu castelo de cartas ruiu, vieram mamar nas tetas do dinheiro público. Hoje temos governos que salvam bancos seguindo a tabuada proposta pela escola econômica keynesiana (ver AQUI).



"A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é auto-regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia."


Pedem para que consumamos hoje mais do que nunca para reaquecer a economia. Só que mais consumo significa que mais máquinas rasgarão a carne de Gaia. Será que não temos outra crise em construção?


O Espiritual é Político

Nossa realidade não é feita de uma massa de expectadores que aceita aquilo dito por um homem no púlpito ou palanque. Nos organizamos em círculo porque somos todos iguais nele. E isto exige coragem. Coragem porque a cada momento poderemos ser chamados para tomar uma posição no culto, no fórum, na vida.

Em círculos abertos organizados em minha cidade, sempre aparecia alguém disposto a participar, mas queriam ficar de fora, observando. Assim é fácil!!! Se der certo me divirto. Se der errado, não tenho nada a ver com isso. Tomar partido exige coragem, pois pede compromissos.

Inevitavelmente estas posturas acabam se derramando para a nossa vida cotidiana, até porque o cotidiano também influencia nossa vida espiritual. Não há dicotomias, tudo está integrado. E o sol nunca pára nas temperaturas amenas do outono e da primavera. Para nós o conforto do meio-termo nunca dura muito tempo.


Outras vantagens de ficar em cima do muro

A gente não se indispõe com ninguém, independente das besteiras que elas dizem ou fazem. Passamos por diplomáticos, mediadores. Mas isto não é diplomacia. Calar e fazer calar não é diplomacia. É tirar vantagem para si, se passando de bonzinho, fazendo o paradoxal jogo de julgar como errado aquele que expressa sua opinião em um momento que pede a opinião de todos.

Para quê um ter um cérebro se ele não serve para formular opiniões? para que opiniões se não posso defende-las com unhas e dentes enquanto acreditar nelas?

Aproveite a crise, pois ela abre portas em muitos casos. Nas crises é que se abrem as janelas.


Pensemos nisso.



Saúde, amizade, liberdade




Sergio Thot

2 comentários:

  1. Pensemos sim. Aceitei o convite e gostei!

    Òtimo o blog!

    Bjs!

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  2. Meu, que trampo é esse de ser franco. Não para com os mais fortes. Com estes a gente luta. Perde ou ganha, mas luta.

    Ruim é com os fracos. É como brigar com bêbado. Se ganha ou se perde sempre tem um porém.

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