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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

DOS VAGALUMES, SAPOS E GRILOS





É noite e estava quente. Brigit, minha gata, e eu estávamos tomando fresca na janela, observando o céu escuro e prestando atenção aos sons da madrugada. Um pensamento veio como relâmpago: não ouço grilos!!!

Quando criança nos anos 80, morando na Vila Barros, meu quintal era meu zoo particular, com pardais, quero-queros, beija-flores, grilos, vaga-lumes, formigas, grandes besouros de asas negras e som de helicóptero, libélulas... Não gostava das aranhas (aliás, ainda não gosto!), mas elas sempre me fascinaram!

À noite era possível ouvir a sinfonia de dezenas de grilos escondidos em capins e moitas. Quando nos aproximávamos eles emudeciam. Como eu achava estes bichinhos espertos! Ah, e também tinha o som dos galos da madruga, das quatro horas em diante, que acordavam o mundo, anunciando a Aurora que chegava com seus róseos dedos a rasgar o véu da noite.

Me pergunto hoje se as crianças que jogam bolinha de gude no carpete e empinam pipa no apartamento já pegaram um vaga-lume nas mãos e se maravilharam com o fato de luz sair de uma criaturinha viva. Hmmmm... Faz tempo que não vejo vaga-lumes.


Conforto

Em nome do conforto de não ter folhas no quintal ou um pouco de terra na sala, pavimentaríamos todo o planeta, sem deixar para a terra um espacinho para que ela possa respirar e seguir seu caminho.

Acho que já escrevi aqui, mas é sempre bom dizer: uma revista especializada em aeronáutica comemorou a expansão da cidade morro acima, pois o desmatamento das árvores prejudica a formação de nevoeiros nas noites de inverno. As mesmas árvores que alimentam os mananciais e mantém viva a cidade. Mas enquanto uns choram, outros vendem lenços. É assim nosso sistema capitalista.


Surpresa

Pensamentos assim não me deixam dormir a noite, então fui para a sala, assistir tevê. Foi quando a Deusa me reservou uma surpresa: perto da porta, piscando sua luz esverdeada para mim, havia um vaga-lume.

Obrigado, Senhora!!!


4 comentários:

  1. Meoo...faz alguns anos que eu tenho conseguido preservar um pouco de terra aqui no prédio onde moro^^

    É que a muitos anos atrás o povo estava acimentando a lage que fica sobre as garagens (que fica num nível abaixo do prédio). Minha vó e a vizinha pediram pra cercar porque iam criar plantas...e não queriam crianças bisbilhotando as janelas (moramos no térreo). Minha mãe quer cimentar (depois de muitos anos que minha vó morreu) por que sempre tem que tirar o mato alto que atrai bixos^^" Ela ainda não conseguiu...espero poder fazer algo legal lá...só não tenho ainda idéia de como^^

    Sobre grilos eu acho legal em noites de verão e talz...ouvir o som...mas eu morro de medo de gafanhotos >__<"

    Nunca peguei um vagalume na mão (faz anos que não vejo um)

    Sobre árvores, eu as amo de paixão!!! Quero conseguir cultivar algumas e deixá-las fortes pra replantá-las^^ vamos arborizar esse lugar meo! Vc já viu pelo google earth São Paulo do alto? Uma plaquinha de metal pregada no verde >__<" ou um chiclete velho pisado no chão .__.'

    Ahh a Deusa foi muito gentil com você^^ um vagalume foi te visitar *__*~~~eu ficaria muito feliz também^^Quando uma mariposa me visitou eu fiquei a tarde toda parada olhando pra ela hahahaha

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  2. muito fofo este post. Adorei o presente do vagalume na sua porta e a imagem de vc tomar a fresca com sua gatinha.
    Realmente sao poucos os lugares onde se escuta grilos ou se ve vagalumes hoje em dia.
    uma pena... uma grande pena.

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  3. Foi realmente um presente, agora que o tempo e a distância me fazem pensar profundamente sobre o assunto.

    As respostas sempre vem quando perguntamos. Cedo ou tarde.

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  4. Pois é [(Sam)]: é a luta do concreto contra a terra. Talvez a única maneira de manter a terra respirando é dizer e provar que podemos tomar conta dela. Porque a questão do cimento é simples: não precisa regar ou podar.

    Quem quer manter o verde dentro do urbano tem que ter tempo para fazer a manutenção. Tempo e responsabilidade.

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