Olá a tod@s!
Falarei à vocês hoje sobre a importância de agradecer. Sinto em meu coração que esta ação possui um paralelo muito grande com o ato de perdoar, que já comentei neste blog em outra oportunidade. Acredito ser semelhante no sentido de que esta modifica tanto a nós como o outro que é objeto de nosso agradecimento. De que maneira?
Vivemos em uma sociedade destinada ao conflito, mas também à concórdia, ao entendimento. A maior prova é que estamos aqui hoje. Em um mundo de guerras constantes não tem tempo para colocar a casa em ordem e viver com dignidade. Veja o Haiti, que é uma gigantesca favela que vive em meio a golpes de Estado e guerras civis à décadas. Isso sem contar os eventos naturais como terremotos e furacões.
Vivemos em um país relativamente estável hoje do ponto de vista econômico e político. Faz vinte anos que domamos a infração e trinta que não temos militares no poder. Em algo avançamos, apesar de bolsões de haitis existirem em paralelo com as pequenas europas brasileiras. Sigamos em frente.
E pelo que agradecer ao Deus e à Deusa? Por estar vivo e bem. Por estar vivo e não tão bem, mas com coragem de lutar para estar. Por estar vivo e sem esperança de melhora, mas grato pela aceitação do fato e tentar fazer o melhor possível com as ferramentas que lhe restam. Temos agora e sempre a possibilidade da mudança em nossos corações. Principalmente os desesperados, os sem-nada. Estes não possuem nada a perder e podem fazer as apostas mais altas.
Na Roda do Ano agradecemos ao sacrifício que o Deus faz em nossa vida todos os dias.
O sacrifício de um Deus
A Deusa é o imutável, o perene, o eixo. O Deus e sua História são a Roda do Ano. Mas quem Ele é em nossa vida? É tudo que percebemos em movimento, que é ativo e que, principalmente, retiramos do corpo da Deusa que é a terra.
Logo, toda casa, todo carro, navio, ponte ou cidade é visto por mim como o corpo do Deus. Curioso que tudo o que construímos deseja retornar ao seu estado natural, uno com a Deusa na terra. Experimente deixar algo abandonado e perceberá o abraço Dela no objeto em forma de ferrugem, oxidação, decomposição. Lógico que as leis da Física chamam isso de princípio da termodinâmica, chamar de O Abraço da Deusa é muito mais poético, rs!
E mais! O sacrifício do Deus também é o nosso. Todo dia ao sairmos para trabalhar deixamos o corpo da Deusa que é nossa família, nosso lar, nosso refúgio. Como o carro solar de Rá que cruza o céu para combater Apep, o destruidor, o caos, a fome, a pobreza, o frio, o medo. O trabalho de Rá e iluminar o dia. O nosso é fazer com que nosso dia valha a pena ser vivido.
Bem, sendo mundo que construímos, que nos protege e nos dá prazer é fruto deste sacrifício sagrado, nada mais natural é sermos gratos por ele em nossa vida diária. Dentro do Círculo Mágico não é diferente.
Dito isto, prossigamos.
Estrutura
Assim como usamos os elementos para representar os quadrantes, no altar também há objetos que representam o sacrifício do Deus em nosso cotidiano: o alimento. Apesar de muito, mais muito do que comemos ser plantado ou colhido por nós e portanto, não temos a exata percepção do que é cortar, colher, arrancar da terra, por uma questão de tradição usamos o alimento como representação do sacrifício divino.
O nome tradicional refere-se a Bolos e Vinho, mas opções são bem-vindas. Como citado no texto anterior, vinho e menores em um sabá não são a combinação mais adequada e sucos são bons opcionais. E outros tipos de alimentos podem ser recomendados. Um livro que indico como referência para comida sagrada é A Cozinha Mágica da Márcia Frazão. Veja aqui algumas receitas.
Cada convidado traz uma pequena porção feita com carinho, consciência e cuidado para o sabá afim de compartilhar com o outro as graças recebidas. Os alimentos ficam elegantemente dispostos sobre o altar. Dê preferencia a alimentos de época e da região onde se mora. Tempo e espaço são as ferramentas do bruxo. Desta forma os pratos se alinham com a época do ano em que o sabá é comemorado... e ficam mais baratos também, rs!
Conteúdo
Após o convite ao Deus e a Deusa, a Sacerdotisa, o Sacerdote e o Auxiliar posicionam-se diante do altar. A Sacerdotisa segurar a Taça e o Sacerdote com a ponta do Athame ainda molhada do vinho profere as palavras rituais, tocando suavemente os alimentos dispostos sobre a mesa, agradecendo a fartura e o sacrifício do Deus em permitir que seu corpo nos alimente e abrigue.
A Taça então é passada pelo círculo entre os celebrantes como forma de os abençoar e agradecer pela sua presença na celebração.
E está terminado esta parte.
Alguns pontos:
- A opção de vinho por suco de uva se dá no caso de restrições por parte de algum celebrante que seja menor de idade ou tenha intolerância ao álcool. Lógico que isto tem que ser levantado com antecedência.
- Acreditar em ter o Divino dentro de si é diferente de acreditar ser o próprio Divino.
Se esqueci alguma coisa, comente!
Saúde, amizade, liberdade.
S. Thot.