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quinta-feira, 6 de agosto de 2009

DIAS CHUVOSOS



Catorze dias antes da Candelária, onde o sol brilhou com gosto, tivemos dias de muita chuva. Todos os tipos de chuva: fortes, fracas, cortantes, nevoentas. Com tardes às vezes frias, às vezes bem morninhas para se se ficar na cama, ouvindo o toc-toc das gotas no solo e nas coisas deixadas no quintal.


Para mim, que trabalho diariamente exposto aos elementos, foram dias de roupas constantemente molhadas e um desejo desesperador de tirar as botas e colocar meus pés em uma bacia de água quente para depois seca-los e vestir meias secas, brancas e limpas.

Nestes dias de céu sempre cinza e sol escondido pelas nuvens o clima é um convite a reflexão. Imaginava, por exemplo, como deve ser a vida de quem mora nos extremos sul e norte do planeta, onde as variações climáticas são mais intensas e o dias de inverno beeeeeem mais escuros. Não é à toa que para os moradores da Antiga Europa, sem os confortos da energia elétrica que temos hoje e dependentes do tempestuoso fogo, a volta do sol e do calor era uma festa que merecia ser comemorada!!!



Estudos mostram que precisamos de certa quantidade de luz diária para simplesmente manter a sanidade. Boa parte dos moradores de países com pouca oferta de luz natural sofrem de um mal chamado de Distúrbio Afetivo Sazonal (DAS, ver detalhes AQUI).
 

Monte Veneris

Nesses dias de chuva, olhando para o Norte eu vejo a Serra da Cantareira se erguer aos céus em cores verde-escuras. E dela surgirem nuvens, paridas da floresta e da rocha, que elevam-se como se a terra fervesse só para se juntarem às suas irmãs e caírem novamente sobre a terra, em um ciclo sem fim (eu espero!). Acho tão poético isso... "Montes parindo nuvens"! E penso em montes veneris, montes de onde nasce a vida.


Há povos que contam de como surgiram seus ancestrais afirmando que os animais e as pessoas teriam surgido de uma fenda na montanha após um grande terremoto. Então eu fico feliz ao trabalhar sob a chuva, mesmo com as botas encharcadas pois em algum lugar a floresta, a rocha e a chuva estão criando vida.

Montes veneris grávidos, parindo chuva...

São nessas coisas que eu penso enquanto observo as nuvens surgirem dos montes.

Saúde, amizade, liberdade.


Sergio Thot.


2 comentários:

  1. Boa tarde, Sérgio!!!!
    Gratidão por ajudar a dar inspiração para sua otima postagem!!!
    Marcela Alves ;)

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  2. E eu por nos oferecer sua visão diferenciada do mundo! Que sejamos sempre ciberamigos! Rs!

    Sergio.

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