A RAINHA VERMELHA

Olá, como vão?


Quero dividir com vocês hoje um pensamento conveniente para o momento, uma vez que estamos no Yule e em plena lua Nova, uma hora propícia para nos abandonarmos à estagnação e autopiedade. Trata-se da ideia da Rainha Vermelha, um termo usado em Biologia mas cuja fonte encontra-se na literatura.




Alice Através do Espelho


'A Rainha Vermelha diz, "It takes all the running you can do, to keep in the same place." ("É preciso correr o máximo possível, para permanecermos no mesmo lugar."). Veja o texto completo na Wikipedia.'


Em linhas gerais está máxima nos fala que o mundo todo está correndo freneticamente, e que se quisermos manter nossa vida temos que correr também. E faz sentido se imaginamos a cena. Para quem corre junto, o mundo parece parado, não é mesmo?


A ligação com a biologia fica clara pois para que as espécies sobrevivessem aos mais diversos cenários naturais tinham que usar de todas as suas capacidades. Se a presa fica mais rápida, o predador também ficará na mesma medida. Ou desaparecerá.




O Erro no Lugar Certo


A teoria da evolução diz que, vez ou outra aparecem indivíduos capazes de responder com eficácia aos diversos quadros que a natureza apresentava pelo simples fato de sobreviverem e passarem adiante estas mudanças através da reprodução sexuada.


Esses indivíduos possuem as raízes da mudança em seus corpos e espíritos. Seja uma capa maior ou menor de gordura, mais velocidade ou resistência física, coloração diferente dos pelos ou penas. Algo que era desvantagem em uma determinada situação em outra significava vitória sobre a fome e a morte.


Mas esta é uma aposta arriscada.




Não Pare na Pista


O solstício de inverno nada mais é que o primeiro dia rumo ao verão. Na noite mais escura do ano encontramos a esperança de dias mais férteis. A questão é que o momento vem e passa e precisamos estar suficientemente embalados para que o momento não nos atropele.


Não raro nos sentimos os patinhos feios da vida, o que nos leva ao isolamento e ao ostracismo, ao esquecimento. Muitas vezes o erro é um erro mesmo. Mas há erros que são apenas boas ideias esperando o ambiente correto para florescer, como aquele paraquedas idealizado por Leonardo Da Vinci. Era loucura porque ele não tinha os diversos materiais e ferramentas necessárias para que seu invento ganhasse vida.


Em breve entraremos na Candelária, a Festa das Luzes. E que luzes são estas se não as almas daqueles-que-se-foram-antes, prontas para o retorno do Submundo; e além delas, as luzes de nossos próprios sonhos a iluminar o mundo?


Não parem na pista.


Sergio Thot