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domingo, 14 de agosto de 2011

DIA DO PAI







Olá a tod@s!


Quero dividir uns pensamentos com vocês nascido neste do dia dos Pais, comemorado aqui no Brasil no segundo domingo de agosto. A data muda de país para país, sendo comemorado no 3º domingo de junho nos EUA, e em março em Portugal (veja AQUI). A data nasceu da gratidão de uma filha, Sonora Luise (veja AQUI), ao amor de seu pai que a criou quando a mãe faleceu prematuramente:


"Foi seu pai quem fez todos os sacrifícios e foi, aos olhos de sua filha, corajoso, altruísta e amoroso. O pai de Sonora nasceu em junho, então ela escolheu fazer a primeira comemoração do dia dos pais no dia 19 de junho de 1910, em Spokane, Washington."


Um destes pensamentos evoca o meu próprio pai, falecido a 20 e tantos anos e de quem lembro continuamente, mais agora nestes últimos anos uma vez que a idade se aproxima e as prioridades em minha vida mudam de eixo. Meu pai não fora um exemplo para a classe, mas era meu. As brigas com minha mãe sacudiam a família e nos levavam a divisões internas até hoje inconciliáveis. Sua morte prematura (tinha pouco mais de 40 anos), marcou minha adolescência ao apresentar pela primeira vez a face fria da morte. Devido a isto guardo com carinho os momentos que vivemos e tiro das lembranças exemplos edificantes. 


Com esta bagagem observo a questão de ser pai hoje, a começar pelo Grande Pai Celestial.


Através do contato que tive com o paganismo wiccano, aprendi que em termos divinos, também sou um filho da Mãe, rs! O receituário cristão diz que somos filhos das ordens que um Pai distante deu à criação, permeados de teste improváveis, punições descabidas e sacrifícios duvidosos dos filhos para pagamentos de dívidas onde o credor é ele mesmo. neste ponto concordo com um grande autor pagão, que diz:


"Está na hora de todos os conceitos religiosos humanos procurarem alcançar a maré de mudanças, devolvendo ao Deus divorciado a consorte que foi banida."


O Deus dos Magos, de Stewart Farrar



Na Terra somos filhos de uma reprodução sexuada e precisamos psiquicamente de um casal para nos dar um suporte adequado: de um lado o Rigor e do outro a Ternura. A nossa vida é a eterna construção e manutenção da ponte que une estes dois pólos. Rigor demais nos leva a aridez dos desertos, e Ternura demais à estagnação dos pântanos. Quem fica para criar a prole tem a difícil tarefa de reunir estas duas qualidades e são poucas as pessoas ou Divindades que conseguem tal feito.


Ao mesmo tempo, manter uma existência à dois onde literalmente se dorme com o inimigo também não é nada salutar para a família. Principalmente quando a guerra se estende aos filhos, obrigando-os a escolher um dos lados. O divórcio deve se restringir ao marido e esposa, mas ninguém se divorcia dos filhos, que são um contrato inviolável que só deve ser quebrado com a morte. Afinal, ninguém pede para nascer. Mas o que vejo são mães e pais, principalmente jovens, insatisfeitos com o casamento e fazendo isto repercutir no seio da família e criando uma geração perdida de desajustados. Ou de pais que simplesmente abandonam tudo como se a Sociedade ou o Estado devessem assumir suas responsabilidades.


Também quero falar sobre a luta entre as feministas e o patriarcado, dizendo que o sustentáculo deste sistema de poder do Pai Supremo não se faz só de homens poderosos, mas também de mulheres acéfalas que repercutem os dogmas reinantes para seus filhos e filhas. E que há muitos homens que lutam com elas ombro a ombro não pelo predomínio de um ou outro gênero, mas sim do equilíbrio e da polaridade. Estes homens merecem atenção, respeito e apoio pois são massacrados não só pelos machos-alfa contra qual lutam, mas também pelo desprezo sofrido pelas mulheres por sua sensibilidade.


Uma parte de nós deseja a mudança também, pois cabem poucos no topo da pirâmide patriarcal. Mas isto representa o sacrifício de velhos valores em troca de um mundo que nos é desconhecido. Contudo, para que esta nova família dê certo, para que tenhamos filhos que não queiram derrubar os pais, para que a Comunidade seja brindada com uma geração nascida no amor e respeito, este passo precisa ser dado.


Neste dia dos Pais, abrace seu velho, seja ele um Gandhi ou um Stálin. Caso esteja longe, ligue, mande carta, email, torpedo. Se ele já atravessou o rio, acenda-lhe uma velha, brinde a ele com um copo de cerveja espumante, deposite uma flor em seu lugar preferido ou ao menos lembre das coisas boas que fizeram juntos. No Dia dos Pais quero dizer ao meu, onde quer que esteja, que estou fazendo meu melhor e tentando ser feliz ao mesmo tempo. O Deus sabe o quão difícil isto é algumas vezes.


Saúde, amizade liberdade.


Sergio Thot




Post Scriptum


Há um texto interessante sobre pai e filhos no blog Manhê... abaixa o som. Clique AQUI e reflita.


Deixo vocês com uma prece de Janis Joplin ao Grande Pai, pois se os pais ganham presentes em um dia de agosto, tem que dá-los nos outros 364 dias do ano, rs!

2 comentários:

  1. Boa reflexão

    Terminou de forma brilhante com a mensagem final... só mudaria o destinatário da mensagem:
    Você diz para seu pai e eu digo isso para minha mãe (onde quer q ela esteja ^^)

    "No Dia dos Pais quero dizer ao meu, onde quer que esteja, que estou fazendo meu melhor e tentando ser feliz ao mesmo tempo. O Deus sabe o quão difícil isto é algumas vezes."

    E condordo - às vezes é muito dificil ser feliz rsrs
    Mas a gente nunca desiste! (^.^)

    beijos Thot
    Saúde, amizade liberdade...e Felicidade (e/ou contentamento) \o/

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  2. Pois é Sel!

    No geral a gente tenta sobreviver a mais um dia e ter um conjunto de pequenos prazeres. Não se pode acostumar com isso.

    Já que nos foi dado este mundo, com seus defeitos e qualidades, que aproveitemos!

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