Os que tem a idade de 20 anos ou um pouco mais talvez não lembrem do período em que o Brasil e muitos países da América Latina recebiam visitas das comissões do FMI, vindas para sugerir (impor) restrições ao modo com que conduzíamos a política econômica, para o desespero da oposição da época. Greves, manifestações de quebra-quebra nas ruas, braço de ferro no Parlamento. Aquela situação me lembrava um evento vivido nas brumas do tempo pelo povo grego nas mãos de Procusto, o gigante.
A Cama de Procusto
Procusto era um cara legal, que só tinha o problema de matar as pessoas por diversão sádica. Aproveitando-se de sua força, ele obrigava viajantes incautos que passavam em suas terras a visitarem sua casa e deitarem na cama que ele preparava especialmente para a ocasião. Até aí nada de mais, só que se sobrasse alguma parte do corpo do visitante para fora, ele cortava. E se, ao contrário disso, o corpo do viajante fosse pequeno e sobrasse espaço neste literal leito de morte, ele esticava-lhe os membros até arranca-los. Era dura a vida em Elêusis. Leia + AQUI.
Se correr o bicho pega? |
E a nós também, porque não!? Nossas vidas também são cheias destas situações insólitas onde se correr o bicho pega. Em troca de alguma segurança e conforto nos submetemos a provas que chegam no limite de nossas forças, muitas vezes por motivos que escapam da razão lógica, onde vamos colher alguma coisas, mas a nossa produção é endereçada mais para os outros do que para nós mesmos.
Se correr o bicho pega? Então se ficarmos a gente luta, combinado?
Saúde, amizade, liberdade!
Sergio Thot
Atualmente a humanidade ainda vive sujeita a cama de Procusto ao lhe ser imposta viver subjugada aos caprichos do capitalismo ou do marxismo.
ResponderExcluirMas tem algo de valor nestas duas visões: elas juntam pessoas organizadas. Quem não se organiza se submete. Nos organizemos também, caro Anônimo.
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