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sábado, 8 de novembro de 2008

DA LUTA




"Seu tolo! Ainda não percebeste que minha força é superior a tua?"

Palas Atena, após derrotar Ares na Guerra de Tróia, segundo Homero.


Pelo o que lutamos ou deixamos de lutar em nossa vida diária? Quando avançar e quando recuar? Estas respostas são sempre difíceis, pois há tantas variáveis como há estrelas. A luta é a chama que nos molda e tempera, assim como o fogo faz à espada.

Mas uma boa lâmina não depende de fio ou forja somente. Se seu material for corrompido, que arma teríamos?



São Apenas Negócios


Vivemos em um mundo estranho. No micro, em nosso dia-a-dia, temos que ser cordiais, negociadores. E a cada negócio, nos perdemos um pouco, nos sujamos, nos confundimos com a matéria da qual deveríamos nos apartar. E invetamos explicações para explicar o inexplicável. Explicar que nos vendemos.

No atacado nossa agressividade tem que estar a mostra, seja para conquistar mercados ou nações.
Parece que estamos sempre a serviço do outro quando não queremos, enquanto aquilo que realmente desejamos deve ficar em segundo plano.

Afinal, pelo quê vale lutar?



Morte e Vida, Severina

Em nossa sociedade pós-pós-moderna, não vale apena lutar por nada que o Mercado não sancione. A História está morta, os Sonhos estão mortos, as Utopias estão mortas. O que nos sobrou foi o Desejo e o Poder de Compra. No entanto isto não responde a anseios mais profundos e íntimos. E nos drogamos com substâncias lícitas e ilícitas para dominar este vulcão que insiste em explodir e nos expor.

E usamos máscaras há civilização e ordem, enquanto nos subterrâneos impera a Lei do Cão.
Nos campos e nas cidades somos submetidos, nos submetemos e submetemos outros por conta desta ilusão em massa.

Nos achamos sozinhos nesta parada. E achamos que a luta não vale a pena. E achamos que aquele que levanta a cabeça e diz "Vem por aqui" é louco, precisando ser isolado. E a cada negociata nosso resgate, e o resgate de nossos sonhos, fica cada vez mais caro.



De pé, De pé

No meio de tantos mártires anônimos não posso pedir que lute por algo, ainda que aquilo que se pode perder seja uma vida detestável. Mas posso pedir uma reflexão mais profunda e menos pessimista sobre o mundo e as coisas antes que as botas marchem pelas ruas.


E talvez uma pedrada no muro quando ninguém estiver olhando...


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