sábado, 11 de abril de 2009
DA ARTE
Nos desenhos animados e nos filmes antigos nos acostumamos a retrata os homens das cavernas como seres primitivos. E particularmente nunca pensei muito no assunto.
Mas lendo obras como o Corpo da Deusa percebi que há um engano nessa ideia. Que não há primitivismo no ser humano que viveu no neolítico europeu pois suas criações artísticas revelam uma forma de pensar o mundo que não se difere muito da nossa, apesar de sua baixa tecnologia.
Olho para a Venus de Willendorf e penso na pessoa que a esculpiu. Não era um primitivo, um ignorante, mas alguém dotado de profunda sensibilidade que, com ferramentas precárias se comparadas com as de hoje, gastou seu tempo e energia para fazer arte. Talvez arte para um símbolo religioso ou amuleto. Mas arte.
Ou as figuras de Lascaux, cuja a produção só seria possível através da construção de andaimes dado o tamanho das obras. Eu não tinha noção de como eram grandes! Veja: um grupo de pessoas se dispõe a trabalhar no escuro, usando somente tochas, misturando tintas, construindo estruturas e gastando seu tempo pintando em cavernas para expressar algo que sentiam, uma visão de mundo. Não, não são primitivas.
Em muitas destas sociedades a questão matrilinear é colocada como verdadeira, devido a importância que a mulher era retratada. Existe a crença de que existia um culto à Deusa Mãe que cria força entre os estudiosos, mas sem provas concretas. A única coisa que é possível dizer a favor deste conceito é que não existem imagens de violência, de guerras ou armas retratadas em um bom período do neolítico europeu até a chegada de tribos belicosas vindas do leste.
Com este novo olhar, penso naquilo que faço hoje, nas contribuições que dou ao tempo e espaço em que vivo e que tipos de coisas ficaram de mim e do mundo em que contribuo com minha força, pensamento e emoção.
Pelo quê seremos lembrados?
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