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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

MÁTRIA




Pátria-mãe não é um termo estranho? Se a pátria é mãe, a geradora, então devia se chamar mátria, que é muito mais coerente em termos linguísticos. Só que chama-la de mátria incorreria em alguns problemas no consciente coletivo da nação. Afinal quem mais usa o errôneo termo são militares e políticos. E pátria envolve algo de bélico, de guerreiro. De patrão.

 

Terra Arrasada

As pátrias são organismos curiosos na geopolítica mundial. Nasceram para expandir seu território e invadir as outras pátrias. Mas uma mãe deseja que seus filhos saiam por aí para morrer em prol de desejos expansionistas de velhos decrépitos? Ela quer nutri-los e cuidar de sua vida pacata. Não se planta e colhe numa terra devastada, e são justamente os pobres, camponeses, os caipiras que primeiro perdem na ocupação. Seja pela invasão do exército inimigo, seja pela tática de "terra arrasada" que se implementa durante a fuga da guerra.

Uma mãe deseja que seus campos se cubram de flores e grãos, não de sangue dos mais jovens. Uma mãe ama os seus e os dos outros também, e divide o prato porque conhece a fome e a privação de todos os tipos.

Uma mãe deseja que seus filhos tenham orgulho sim, mas não o que nasceu da morte e da destruição. Há batalhas onde a honra pode ser evocada e que não envolvem a morte de milhares, destruição de florestas por agente laranja ou bombas inteligentes que acertam ônibus com crianças.

 

Todas as Mães são Uma

Uma mãe tem interesse na vida e na continuidade dela, seja na sua casa ou na alheia. Não é à toa de a Deusa dos bretões é a própria ilha, a Bretanha. Não é à toa que Ísis é o trono, a terra, a nação. E o faraó se submetia a ela se quisesse governar. Não é à toa que na obra de Ariano Suassuna "O Auto da Compadecida", Maria intercede por todos. No final, todas as mães se reconhecem. Todas as mães se tornam uma só.

Não é à toa que se coloca a mãe no meio da pátria quando esta é atacada. Pois ninguém gosta de guerra, mas quando se mexe com a Mãe todos pegam em armas.
Pais adoram uma disputa. Mães preferem sentar e bater um bom papo para resolver os problemas pois só com entendimento entre as casas é possível fazer o que é realmente útil: viver.

É por causa destes fatos que não quero pátria, quero mátria.

Na mátria não lutamos pela honra, mas para que todos tenham dignidade.

2 comentários:

  1. Que maravilha ter um homem participando da blogagem!!Estamos muito felizes com sua contrubuição q não somente hoje, mas sempre é importante!

    Bjos!

    PS: poderia penas acrescentar o texto da blogagem coletiva e o o link do Alma Rubra? É para as pessoas saberrem onde éa fonte disso tudo!

    Bjos again!

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  2. Ah, perdi a chance. Mas espero participar de outras blogagens.

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