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quinta-feira, 22 de abril de 2010

APENAS UM DEVANEIO...




Envolvido com a Deusa, liguei-me mais fortemente à terra. Envolvido com a Terra, inevitavelmente compadeço-me com as pessoas. Sou pagão por escolha, por princípio. Sendo pagão recuso o aristocrático, o mandatário e o hierárquico. Para mim foi fácil, pois já vinha de movimentos sociais de bases libertárias, anarquistas, e na Religião da Deusa sentamos em círculo para louvar Seu Nome. Ligado assim as pessoas, principalmente as mais simples, ou aquelas mais sensíveis às mudanças, liguei-me também à causa feminina, ainda que não seja mulher.


E talvez por olhar de fora eu veja coisas e tenha devaneios que as mulheres, e principalmente àquelas ligadas à Religião, não tenham visto ou ainda não verbalizaram (cara, isso era para ser um texto curto!). Agora que mulheres jovens foram colocadas no patamar de cachorras, com o apoio de muitas, devo ressaltar; agora que elas morrem mais diante das câmeras; agora que as famílias são por elas capitaneadas apesar de seu "treinamento" quando crianças não envolver comandar nada além de berços e fogões; agora que muitas instituições financeiras só negociam com a mulher na família por esta oferecer mais estabilidade na hora dos pagamentos, sinto que é hora de um novo salto.



Clube do Bolinha



Homens, quando querem decidir, ou ao menos se esconder, fazem uso de associações masculinas para conforto e proteção: clubes de caça, times de futebol e outros jogos de guerra. Não raro estas organizações oferecerem também em paralelo algum tipo de apoio emocional ou financeiro quando um de seus membros está em dificuldades. Ou ressaltam suas qualidades nos tempos de vacas gordas. Nos últimos anos, olhando para as diversas mulheres que compõem a nossa comunidade, percebo que não existe entre elas esta mesma organização de amparo. Sim, existem as instituições oficiais municipais e estaduais.

Mas falo de algo mais pessoal, profundo e cujo nome eu ainda não encontrei mas que está aqui na ponta dos dedos, pronto para sair.
Muitas delas, por várias questões, perderam suas casas e viveram ou vivem situações de risco. Isto porque um homem quando se encontra nestas se vira melhor: o mundo vive sob seu status quo. Para ele urinar na rua, por exemplo, basta parar em um poste à meia-luz, rs! Mas o mesmo não acontece no universo feminino. Muitas sequer conseguem sair sozinhas de casa pois sentem-se desprotegidas. Imagine então o que é perder o lar e ficar só? A situação se complica se há filhos.

 

O Espiritual é Político

Sabe aquela palavra que estava na ponta de meus dedos? Eles disseram no teclado "casa de apoio". Não sei bem se é este o termo, mas acredito que um lugar de passagem onde se possa receber uma refeição, uma cama e que seja gerido por mulheres já é um bom começo.

Isso passa pela quebra de um conceito de que só pode haver uma princesa e todas as outras mulheres do mundo são bruxas malvadas, madrastas sanguinárias e invejosas em geral. As mulheres têm que declarar trégua entre elas, romperem seus complexos de Cinderela e darem os braços novamente, sob a luz da Lua. Em cada cozinha uma trincheira.

E não consigo imaginar as mulheres-bruxas fora deste embate, talvez até à frente desta nova onda de feministas que agora trata os homens como parceiros na derrocada do patriarcado. Porque nós também estamos cansados disso tudo, acreditem!

Mas como disse lá no começo... sou apenas um homem e isto é só um devaneio.


Leia também algumas ideias sobre o Macho-Alfa.

E, para inspirar a luta, um vídeo da nossa amiga Amanda.





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