terça-feira, 10 de março de 2009
DA CONSERVAÇÃO SUSTENTÁVEL
Duas palavras muito usadas ultimamente no meio ambientalista são Desenvolvimento Sustentável. Quando leio a palavra desenvolvimento, subentendo que é algo que avança, que cresce.
Certa vez, em uma palestra sobre este tema em Guarulhos, o palestrante abriu a palavra para o público e eu lhe fiz esta pergunta:
Qual é o limite do desenvolvimento para a cidade de Guarulhos?
Perguntei pois tudo tem um limite. Vivemos em um mundo de regras regidas pela Física, Geografia, Meteorologia, Matemática. Tomemos como exemplo a água potável.
Pela regra, quanto mais pessoas maior a demanda de recursos naturais. No entanto, quanto mais pessoas, maior é a área ocupada em uma cidade. Em Guarulhos, isto se traduz em subir os morros, avançar pelas matas e mananciais, diminuindo a oferta deste líquido tão precioso a uma população crescente. Que mágica fará nossos governantes para tirar água da pedra? O Rio de Janeiro já dá as suas cabeçadas nesta questão, ganhando as manchetes dos jornais.
Talvez seja esta a hora de repensar este modelo de sustentabilidade, de admitir que em alguns lugares o limite chegou, ou até foi ultrapassado. O problema é saber quem terá coragem de suportar o ônus político desta decisão.
Quem poderá dizer "segundo estudos mais recentes, nossa cidade não comporta mais pessoas de modo a lhes dar uma vida digna"? Isto é algo difícil de se fazer, pois significa segurar em si uma seqüência de decisões erradas cometidas a décadas.
Dizer que se precisa de muita coragem é, no mínimo, ser modesto.
Ou será que devemos esperar que alguém nos diga esta verdade inconveniente? Até que ponto o Desenvolvimento Sustentável não é uma saída paliativa?
Haverá meios de subsistência para as gerações futuras? Você terá filhos? Em que condições de moradia, saneamento, emprego, segurança ele viverão? Ah, vai contar com a sorte, é? Deus proverá?
Pensemos nisso.
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