Centro de Guarulhos - Rua Dom Pedro |
Por esses tempos eu penso em montar a árvore genealógica de minha família. Talvez coletar histórias que eu lembro somente de cabeça, contadas quando criança e que hoje me pergunto se são verdadeiras ou não.
Em parte porque minha família é migrante, nossas raízes próximas não são desta cidade. Meus parentes não tem nome de bairro ou rua aqui. E sempre ouvi de meu pai, hoje falecido, de uma terra onde brota leite e mel. Sua cidade-natal. Sou um guarulhense por documento e esforço.
Parece que Guarulhos é uma grande cidade de migrantes. Quando se vai ao centro da cidade não se diz "vou ao centro da cidade". Mas se fala "vou à Guarulhos". Somos uma cidade partida em muitos aspectos. Até pouco tempo um movimento separatista visava dividir a cidade em duas administrações por causa do pólo industrial que vicejava até o final dos anos 80. Mas as indústrias se foram e com ela o ímpeto que os separatistas tinham em se jogar sobre os impostos que cobrariam das fábricas.A menos de 60 anos boa parte da cidade era composta de chácaras. Muitos bairros ou ruas hoje têm o nome dos antigos proprietários das terras.
E de repente... BUM!!! Lotes são criados, ruas e avenidas são abertas e a cidade vai subindo e descendo morros. Pessoas de cidades paulistas e de outros estados enchem os espaços ao redor das fábricas com casas e favelas. Em 1972 estava entre eles a minha família.
Meu pai e um dos meus irmãos nunca poderão retornar à sua amada cidade, palco de meus sonhos infantis, cheias de criaturas mágicas como fantasmas e lobisomens. Minha mãe sempre adia a viagem inventando pretextos diversos, logo hoje que eu posso leva-la de avião! Rs! E preciso dela, pois é minha ponte com este passado que está em mim e ainda não conheço. Esses ancestrais, minha família, que me trouxeram até aqui e para quem eu carrego em nosso nome e nosso sangue como legado para o futuro.
E seus ancestrais, aonde estão?
Sergio Thot
Post scriptum
Anos depois de criar este li no blog Stregheria Pratica uma mensagem que complementa este pensamento:
Veja o restante neste link.
Em parte porque minha família é migrante, nossas raízes próximas não são desta cidade. Meus parentes não tem nome de bairro ou rua aqui. E sempre ouvi de meu pai, hoje falecido, de uma terra onde brota leite e mel. Sua cidade-natal. Sou um guarulhense por documento e esforço.
Parece que Guarulhos é uma grande cidade de migrantes. Quando se vai ao centro da cidade não se diz "vou ao centro da cidade". Mas se fala "vou à Guarulhos". Somos uma cidade partida em muitos aspectos. Até pouco tempo um movimento separatista visava dividir a cidade em duas administrações por causa do pólo industrial que vicejava até o final dos anos 80. Mas as indústrias se foram e com ela o ímpeto que os separatistas tinham em se jogar sobre os impostos que cobrariam das fábricas.A menos de 60 anos boa parte da cidade era composta de chácaras. Muitos bairros ou ruas hoje têm o nome dos antigos proprietários das terras.
E de repente... BUM!!! Lotes são criados, ruas e avenidas são abertas e a cidade vai subindo e descendo morros. Pessoas de cidades paulistas e de outros estados enchem os espaços ao redor das fábricas com casas e favelas. Em 1972 estava entre eles a minha família.
Meu pai e um dos meus irmãos nunca poderão retornar à sua amada cidade, palco de meus sonhos infantis, cheias de criaturas mágicas como fantasmas e lobisomens. Minha mãe sempre adia a viagem inventando pretextos diversos, logo hoje que eu posso leva-la de avião! Rs! E preciso dela, pois é minha ponte com este passado que está em mim e ainda não conheço. Esses ancestrais, minha família, que me trouxeram até aqui e para quem eu carrego em nosso nome e nosso sangue como legado para o futuro.
E seus ancestrais, aonde estão?
Sergio Thot
Post scriptum
Anos depois de criar este li no blog Stregheria Pratica uma mensagem que complementa este pensamento:
"Mas no dia a dia, fora desses festivais ou exceções, o meu culto aos ancestrais, minha devoção a eles, se dá com comidinhas oferecidas, um café, uma cantiga relembrada. Uma velinha ou um incenso gostoso, e uma sensação quase infantil de poder pedir colo para a avó. Sempre que tem um evento importante na família, que alguém nasceu, morreu, fez aniversário, se formou, arranjou namorado, casou, parar ali para lembra-los, acender uma vela, ou dividir um cupcake, para que eles façam parte daquele momento."
Veja o restante neste link.
hahahaha adorei o texto!!!!! Thot, comecei uma campanha hoje no meu blog, aparece por lá e dá uma forcinha!!!!
ResponderExcluirbeijinhos e obrigada
Gosto quando as histórias pessoas se cruzam com a Grande História. As novelas são muito chatas pois parecem que se passam em outra dimensão, por exemplo. As histórias delas não tem lugar em meu mundo. Os personagens nem tem televisor, rs!
ResponderExcluirNão troca a minha história por nenhum roteiro de novela! Talvez a torna-se medos dramática, rs!