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sábado, 28 de julho de 2007

OS TRÊS MAIORES AMIGOS DO GRUPO DE ESTUDOS




Para entender o que é um grupo de estudos, precisamos antes compreender o que é um corpo. Um indivíduo, a grosso modo, é a menor porção de uma consciência. O corpo e sua consciência, porém, são feitos de corpos menores e consciências menores.

Afinal, quando pessoas de diferentes idades, locais de nascimento, famílias, sexos e opções sexuais diferentes decidem compartilhar ideias, tempo e ações juntas, algo terceiro acontece.

Você, por exemplo, não é este corpo. Você não enxerga com os olhos, ou ouve com os tímpanos. O que define quem você é, como reconhece e como se relacionar com o mundo, em essência, é sua consciência. É a consciência que determina sairmos de um estado "inanimado" para um animado.

Quando estamos separados de nossos órgãos internos e das sensações de nosso corpo, estamos inanimados, inconscientes. Onde está seu pé esquerdo agora? E o direito? Você tinha consciência de sua postura na cadeira até esse momento? De certa maneira, estávamos inconscientes.

Em nível grupal, algo parecido acontece. Primeiramente estamos "desmembrados". Somos partes que se encaixam, porém separados por muitos fatores, totalmente ignorantes uns dos outros. Mas uma força nos faz emergir. Uma série de motivos e possibilidades que nos dá esta visão mínima do "eu, pagão". E, como geralmente somos/nos sentimos incompletos, buscamos a companhia de outros/as que sejam afinados conosco, como as cordas de um violão.

A comunicação moderna nos possibilita um feito surpreendente: nos conversarmos em tempo real com pessoas distantes, seja pelo tempo, seja pela ignorância de que elas existam, mesmo que morem na rua de trás ou na cidade vizinha. Mas saber que elas existem não basta para muitos, nem vê-los em uma foto: precisamos de seu toque e do som de sua voz fora de uma caixa de som. Então decidimos nos encontrar.

Quando o encontro é marcado e todos comparecemos, é como o amor. Primeiro nos reconhecemos, nos medidos para saber onde nos encaixarmos. Nos testamos, como as crianças testam os pais até descobrirem o que os zanga e os alegra. Cada abraço e cada beijo são calculados. Mas isto dura pouco, pois nossas afinidades nos unem e as máscaras caem por terra. Então é a alegria do encontro e a descoberta que nem sempre o parentesco é fruto do sangue.

Com o passar dos tempos &  encontros, as relações se assentam e os grupos de afinidades se formam dentro deste corpo, assim como órgãos dentro dos corpos se unem para desempenhar funções comuns. Mas estes pequenos grupos precisam de um fio condutor, um regente para a orquestra. E a orquestra precisa de um porquê para existir.

Portanto, acreditando nisso, escrevemos sobre os três grandes amigos de um grupo de estudos, o que determina seu porquê. Espero que gostem do texto e que seja válido.


Disponibilidade

Um dos motivos pelos quais as pessoas não se juntam é a disponibilidade de se reunirem todas em um mesmo lugar, numa mesma data e hora e por um número x de tempo. Coisas como trabalho, escola, família, namorada/o são motivos para a ausência nas reuniões.

Bem, o tempo deve ser bem pensado, pois a primeira etapa de um grupo de estudos é a definição de dia, horário e locais para reunião. E estes devem ser respeitados. Se um membro falha, o grupo sofre, pois nos reunimos em círculo e a corrente não pode ser quebrada. Dias e ou horários diferentes podem ser pensados, com se formássemos turmas dentro de uma escola. Sei um dos motivos implícitos é o contato humano, vermos uns aos outros, mas o motivo, o objetivo primal do grupo de estudos... é estudar!


Capacidade

Não tem jeito: são necessárias informações se quisermos dar continuidade a um grupo de estudos. É preciso descobrir o cada um sabe e tem em sua biblioteca. Os temas podem ser por assunto (oráculos, signos, panteões) ou por livros.

Pessoalmente considero o estudo feito a partir dos livros mais abrangente, pois diversas opiniões podem ser feitas a partir de um mesmo capítulo. Afinal, nem todo mundo pensa igual. E o inverso poderia acontecer: todos concordarem em um ponto e descobrirem que aquilo que pensam está em harmonia com o grupo.


Para isso, seria necessário que todos tivessem acesso a informação, seja pela distribuição de xerox ou cópias digitadas, seja pela compra do livro por todos. Em um grupo grande, o mesmo livro pode ser comprado por todos diretamente da editora e ter assim seu valor abatido. Enquanto estudam aquela obra, podem juntar dinheiro e passar a escolher o próximo título.

Sites também são importantes fontes de informação.



Responsabilidade

Aqui a linha traça sua espiral, se sobrepondo ao primeiro tópico. Se não nos responsabilizamos pelo grupo, ele definha e morre. O grupo não é o número de pessoas que estão nele, nem as pessoas que o deixaram, mas aqueles que se reúnem para estudar e dividir informações. Isto eu aprendi isso no Orkut, onde "comunas" têm milhares de pessoas, mas elas ficam lá, olhando, e não participam das conversas. As "comunas" são movimentadas mesmo pelos gatos-pingados que trocam ideias sobre a vida e o mundo, que não chegam a 5% do total.

Ao formar um grupo, qualquer grupo, seja de estudos, para coven, empresa, grêmio estudantil, infelizmente não contaremos com o apoio da "grande massa". Não foque sua atenção aí: mantenha a porta aberta, mas não os obrigue a entrar. Eles o farão na hora certa. Preste atenção nos que ficaram e precisam de você. Esse é o grupo de estudos. São estas pessoas que são a fonte de sua força.

Que assim seja!

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