domingo, 23 de dezembro de 2007
DA CRISTALOTERAPIA
Por Demerson Venditti
A cristaloterapia, ou gemoterapia, consiste no uso da energia contida nos cristais ou “pedras” com finalidades específicas. Alguma dessas finalidades são:
*Cura (física, mental ou espiritual)
*Energização, que pode ser feita em pessoas ou ambientes)
*Reequilíbrio, que assim como energização, pode ser feita em pessoas ou ambientes, e restabelecer o equilíbrio.
* O tempo de cada tratamento varia de acordo com o paciente e suas condições individuais, e é determinado normalmente de acordo com a avaliação inicial do terapeuta.
Como sua forma de uso é variada, a cristaloterapia ou terapia de cristais, tem sua origem nos primórdios dos tempos, tendo-se evidências de uso entre os povos egípcio, hindu, povos nativos das Américas, monges tibetanos, cristãos e outros.
Trata-se de um tratamento indolor e em geral tópico, no qual o paciente se beneficia da energia dessas pedras e todos efeitos que elas trazem.
Convém antes de iniciarmos nossa conversa apresentar algumas definições afim de sanar duvidas com respeito aos termos aqui empregados.
Conceitos Técnicos
Mineral é um corpo homogêneo, formado de um elemento ou composto químico resultante de processos inorgânicos. Possui composição química definida, arranjo atômico interno ordenado e é encontrado naturalmente na crosta terrestre. Geralmente apresenta-se como um sólido, com exceção da água e do mercúrio. Ex.: quartzo, mica, berilo etc.
Rochas são agregados naturais de um ou mais minerais, incluindo o vidro vulcânico. Ex.: basalto, granito, ardósia etc.
Mineralóide ou substância amorfa é qualquer sólido ou líquido que não possui arranjo atômico interno ordenado, podendo ser de origem orgânica ou inorgânica, ocorrendo naturalmente na crosta terrestre. Alguns são considerados rochas. Ex.: vidro vulcânico (obsidiana), âmbar, pérola, carvão.
Escórias formam-se a partir de resíduos industriais, como usinas siderúrgicas, de cana-de-açúcar, de vidro etc.
Cristal é um sólido homogêneo, que possui arranjo atômico interno tridimensional, refletido externamente, apresentando formas geométricas. São suas propriedades:
Transparência
Subdivididos em transparente, onde consegue-se ver através, como o diamante, cristal de quartzo; translúcido, onde somente a luz atravessa, como a comalina; Opaco, ou seja, nem a luz o atravessa. Ex.: amazonita.
Dureza
Visto que, quanto mais fortes são as ligações atômicas mais duro é o mineral, então pode-se dizer que a dureza de um mineral é a possibilidade dele ser riscado por outro material. A dureza é organizada em uma escala de ordem crescente conhecida por Escala de dureza de Mohs.
Limpeza e Energização
Existem vários métodos de limpeza de cristais, aplicáveis a quase todos as pedras. Veja alguns exemplos:
*Água corrente (cachoeira, mar, rio)
*Incenso
*Drusa
*Chuva
*Água & Sal grosso
São os métodos de energização de gemas:
*Exposição ao Sol, Lua, tempestades
*Incenso
*Terra
*Drusa
*Energização com as mãos
*Locais específicos para este fim
Lembrando que é muito importante fazer a limpeza e energização de cristais ao adquirir a gema para fins terapêuticos. A limpeza dos cristais, aliás, deve ser periódica.
Programação e formato
Um cristal pode ser programado para funções específicas, a fim de auxiliar em certas atividades como cristais de uso pessoal, para cura, energização de ambientes, uso com plantas, banhos, meditação, transmissão etc.
A programação de cristais é um processo mental e energético, não existindo apenas um método especifico.
Dependendo do formato, os cristais possuem funções pré-determinadas, sendo mais fácil programa-los. O formato, porém não é determinante em sua programação. São alguns exemplos de programações de cristais:
*Geradores
*Biterminados
*Drusa (imagem à direira, uma drusa de ametista)
*Tabulares
*Arquivistas
*Arco-íris
*Canalizadores
*Transmissores
*Dow
*Janela
*Elo do tempo
*Ísis
*Celestial
*Laser
*Catedral (biblioteca)
*Templo dévico
*Gêmeos tântricos
*Guardião da terra
*Fantasma
Nota: tanto os formatos quanto a sua programação referem-se aos cristais de quartzo. A medição energética consiste em captar ou detectar campo de energia num determinado local ou pessoa. Para isto é usado um pêndulo.
Medição energética
Nas pessoas detecta-se problemas de saúde de ordem física, mental ou espiritual, bloqueios energéticos, desequilíbrio nos chacras ou campo áurico. Esse tipo de medição é normalmente feito na palma da mão através de um pêndulo, sendo a variação e intensidade determinantes para o conhecimento do grau da enfermidade.
Determinam também quais cristais a serem usados. Cada palma da mão possui um ponto específico para medição. Obviamente, a medição realiza-se antes de cada terapia com pedras ou energização.
Campo áurico e chacras
O campo áurico é um campo eletromagnético situado ao redor do corpo humano. Na energização e aplicação dos cristais, usamos muito este campo afim de estabelecer seu reequilíbrio, ou eliminar resquícios de energias residuais resultantes das aplicações anteriores.
Os chacras são pontos energéticos situados no corpo. Normalmente é necessário que sejam "alinhados" ou reequilibrados, e que estejam "abertos" ou energizados antes de iniciar o tratamento.
São sete os Chacras:
*Coronário
*Frontal
*Laríngeo
*Cardíaco
*Plexo Solar
*Sexual
*Básico
Em uma sessão a terapia com pedras é feita quase todos os chacras, com várias pedras diferentes,dependendo da necessidade do paciente. O único chacra que trabalhamos com menor regularidade em uma sessão é o coronário e, quando o fazemos, usa-se poucos cristais. Com chacras, usa-se cristais como quartzo, diamante, selenita, florita, diamante herkimer, ametista.
Principais pedras
Quando iniciante, as principais pedras usadas são as da família do quartzo (azul, verde, rosa, ametista, citrino) e da turmalina (rosa, verde, negra). Veja abaixo algumas definições básicas sobre elas, e outras pedras, na tabela a seguir:
*Citrino: estimulante mental, imunodeficiência leve
*Ametista: problemas espirituais, desintoxicação
*Quartzo fumê: limpeza áurica, centralização no plano físico
*Turmalina negra: bloqueio de energias negativas
*Turmalina verde: cura em geral, reequilíbrio da saúde
*Turmalina rosa: amor próprio, autoconfiança
*Turmalina azul: acalma a mente, consciência elevada, problemas genéticos
*Água marinha: clareza de visão, inspiração espiritual
*Turquesa: clareza na comunicação, coragem
*Amazonita: expressão pessoal, sistema nervoso
*Sodalita: sabedoria, sistema linfático
*Hematita: rim, sistema digestivo
Estas são apenas definições básicas, podendo alterar-se de acordo com a necessidade e habilidade (prática) do terapeuta. Consulte outras opiniões AQUI, no Blog Cantinho da Bruxa.
Disposição das pedras
Pode-se basear o posicionamento das pedras em tres formas distintas:
*De acordo com os chacras
*De acordo com os pontos onde situam-se os problemas (enfermidades)
*Através de triangulações (campos energéticos)
Nota: pode-se usar mais de uma forma de disposição ou mesmo as três ao mesmo tempo.
Cristais de quartzo
Existem métodos de trabalho que usam somente cristais de quartzo em suas sessões. Individualmente usa-se um cristal de cura (programado exclusivamente para essa função), e campos energéticos ao redor do corpo ou sobre o corpo do paciente. Recomenda-se que iniciantes utilizem estes métodos em locais de muita calma e harmonia e de preferência, tanto paciente como terapeuta, com os chacras em equilíbrio.
Atuação
Quando dispomos as pedras em cima do paciente para que seu efeito seja aplicado inúmeras vezes, temos que ativa-los. Os métodos mais comuns são: bastões, reiki, cristais de quartzo etc. No uso de cristais de quartzo, a ativação não se faz necessária.
Além de ativar as pedras, aconselha-se ativar as triangulações, principalmente aquelas sobre o paciente, lembrando que os chacras são ativados da mesma forma.
Triangulações ou campos de energia
As triangulações ou campos de energia são formas avançadas de uso de pedras e cristais para alcançarmos objetivos específicos. Damos o nome de triangulação porque suas formas são ou baseiam-se em triângulos, podendo-se usar triângulos entrelaçados e outras formas geométricas neles baseados. Nas triangulações pode-se usar várias pedras ou somente um tipo, podendo ser também cristais.
Quando ativas, as pedras trabalham em conjunto, ampliando o seu potencial, e muitas vezes gerando uma energia diferente entre si. É um dos métodos mais poderosos, e um dos mais aplicados e difundidos na cristaloterapia.
Leituras indicadas
*A Bíblia dos Cristais
*ABC dos Cristais – Antônio Ducan – Nórdica
*As Propriedades Curativas dos Cristais e das Pedras Preciosas – Katrina Raphaell – Pensamento
*Terapia pelo Cristal – Brett Bravo – Pensamento
*A Luz dos Cristais para a Cura e a Meditação – Phillips Burbutes – Pensamento
*O Poder dos Cristais – Ingrid Erjautz – Best Jeller
*Uso Mágico das Pedras Preciosas – W. B. Crow – Hemus
*Bíblia Sagrada
*Enciclopédia de Cristais, Pedras Preciosas e Metais - Scott Cunningham - Editora Gaia
*A Linguagem Secreta das Pedras - Don Robins - Siciliano
Os amigos de Portugal vão gostar deste vídeo!
Ps.: prestigiem o autor deste texto deixando seus comentários!
quarta-feira, 5 de dezembro de 2007
DO ENCONTRO
Despertem, despertem todos
e ouçam a voz do chamado da Deusa
Alegrem-se! Alegrem-se!
e deixem que nossa bela Mãe Terra
seja preenchida pela magia, pelo amor e pelo júbilo.
Que haja bebida.
Que haja música.
Celebrem alegremente a noite inteira!
Gerina Dunwich
O Grupo Semente Sagrada convida todos a participarem do 4º Encontro Sobre Bruxaria em Guarulhos.
Nosso Encontro ocorrerá no dia 16/12/2007, domingo, das 10:00 às 17:00 hs.
O local é o Centro de Educação Ambiental do Bosque Maia, na Avenida Papa João XXIII 218, no Parque Renato Maia.
Será um excelente dia para participar de atividades, palestras e conhecer novos amigos!!!
SEJAM BEM VINDOS!!!
10h00 Abertura
Anne, Brawen, Thot
10h15 Elaboração de Magias e Encantos
Gisele Recco
11h00 Cristais: a cura pelas mãos de Gaia
Demerson Venditti
12h00 Almoço
13h15 Uso e Construção de Instrumentos Musicais Sagrados
Cibele Pagani
14h00 Confecção e Origem do Livro das Sombras
Paula Mazali
15h00 Dança do ventre: Uma Arte Dedicada à Deusa
Natalia Angel
16h00 Predição: Tarô: o uso Mágico das Lâminas
Claudia Hauy
16h45 Encerramento
Inscrições e informações conosco pelo e-mail sementesagrada@yahoo.com.br
No telefone
(11) 3436.53.99 / S. Thot
Aguardamos sua presença.
Sejam Tod@s Abençoad@s!!!
Grupo Semente Sagrada
Colabore com a ONG guarulhense Deixe Viver de apoio aos animais, com 01 kg de alimento para cão ou gato.
Apoio:
Prefeitura Municipal de Guarulhos - Secretaria de Meio-Ambiente
...E o legal dos Grandes Encontros é que sempre se faz festa!
Que Diana, a caçadora dos bosques, uma das senhoras da Lua, derrame sobre nós suas bençãos.
Saúde, amizade, liberdade.
Sergio Thot
sábado, 24 de novembro de 2007
DO CAMINHO SOLITÁRIO
Estar sozinho quando não se quer é mesmo um porre, não? Em muitos aspectos da nossa vida comum também nos sentimos sós quando o que mais precisamos é uma compainha na caminhada. Sabemos que carregamos conosco o divino, mas o contato humano, com suas contradições e complexidades nos é essencial, pois é isto (justamente isto!) que nos faz modificar.
Muitos optam pela solidão voluntária pois acham que trabalhar em grupos ou associações lhes mata a liberdade. Doce ilusão. Não há liberdade na solidão, pois somos todos interdependentes. Somos animais sociais, somos homo socius.
Negar o encontro com o outro por medo ou tentativa vã de libertar-se é amarrar a consciência à estagnação. "Crescemos" a cada vez que resolvemos nossas crises. Não é na crise que se cresce, mas na sua resolução.
O trem passou e você perdeu?
É, a solidão pesou, não? Nada como a vida em grupo, em coven para nos dar valiosos ensinamentos. Não adianta esse papo de pagão solitário. Como aprender sozinho?
São duas as opções:
1) Contar com o próximo trem, que passará sabe-se lá quando os Deuses planejaram
2) Você ser a maquinista desta locomotiva
Se sente em seu coração o chamado, percebe que ele lhe empurra para a solução deste problema tal qual um alarme em sua cabeça.
Mas e o Caminho Solitário?
Ah, é fácil para uma galerinha se dizer solitária mas aproveitar dos benefícios de todo o conhecimento bruxístico acumulado! Bebem da fonte e cospem nela com desdém quando fazem isto. O VERDADEIRO caminho solitário envolve obter conhecimentos do Divino Interior, sem qualquer resposta os estímulos de fora!
O tarô ilustra excelentemente isso:a jornada alma é levada a sair do seu estágio letárgico e jogar-se no mundo (mito do herói). Neste momento, somos heróis de nossa história e nos dependuramos na árvore em busca da Iluminação, da luz que vem de dentro. E como nos contos que nos inspiram, você será conduzida a fazer coisas extraordinárias que, ao menos neste momento, ninguém entenderá.
Não espere que as pessoas lhe encontrem, é meu conselho. Encontre-as!!! Como? Seu coração sabe! Escute-o!
Vai doer? Provavelmente. Dará resultado? Dependerá de sua resistência, planejamento e dos aliados que possui. Mas é melhor isso que a imobilidade. Imobilidade cria pântanos: sejamos rios caudalosos.
Meus abraços e Sorte na sua Busca!
O tarô ilustra excelentemente isso:a jornada alma é levada a sair do seu estágio letárgico e jogar-se no mundo (mito do herói). Neste momento, somos heróis de nossa história e nos dependuramos na árvore em busca da Iluminação, da luz que vem de dentro. E como nos contos que nos inspiram, você será conduzida a fazer coisas extraordinárias que, ao menos neste momento, ninguém entenderá.
Não espere que as pessoas lhe encontrem, é meu conselho. Encontre-as!!! Como? Seu coração sabe! Escute-o!
Vai doer? Provavelmente. Dará resultado? Dependerá de sua resistência, planejamento e dos aliados que possui. Mas é melhor isso que a imobilidade. Imobilidade cria pântanos: sejamos rios caudalosos.
Meus abraços e Sorte na sua Busca!
DO RETORNO
Sinto em conversas com cristãos de meu trabalho um certo "largar de mão" no que se refere ao tomar participação em nossa realidade. Eles olham para o mundo e falam de doenças, violência e corrupção, colocam tudo em um saco e escrevem "fatalismo". Ou seja: é irremediável, entregaram a Deus.
Creio que parte deste pensamento vem do fato de crerem em uma existência pós-morte no paraíso longe desta dimensão, ou na terra depois do expurgo, ou algo similar.
Vez após vez
Como uma boa parte de mim retornará para a existência após minha morte, quero herdar de mim mesmo um lugar, no mínimo, igual ao que deixei. Vida após vida, algo de mim que fora pedra, rio, árvore, tiranossauro rex, peixe, mosca, minhoca, estrela retorna e passa a ser parte de outros seres.
Não posso dar certeza de que algo de minha consciência sobreviverá após o término desta individualidade. Mas sou religioso, então há horas em que ter fé basta.
Pode ter aí uma dose de conservacionismo conforme citado acima, mas quem não busca para si algum conforto nesta vida? Aceito a fome, o frio e a doença como partes de minha caminhada na Terra, mas também aceito o fato que lutarei contra estas situações para manter-me vivo.
No fundo é disso que trata a Wicca: como toda religião, busca uma explicação satisfatória para aquilo que acontece quando fechamos pela última vez os olhos. Talvez agora, porque a base dela é formada por muitos jovens, esta questão não esteja na pauta do dia, mas a medida que seus praticantes envelhecem, as perguntas mudam de "feitiços de amor" para coisas mais viscerais, profundas.
Não há um céu que nos espera. E nosso destino está atado à Gaia, queiramos ou não.
Então será a hora de nossa última caminhada, a sós, pelo caminho que Perséfone nos abre.
Creio que parte deste pensamento vem do fato de crerem em uma existência pós-morte no paraíso longe desta dimensão, ou na terra depois do expurgo, ou algo similar.
Vez após vez
Como uma boa parte de mim retornará para a existência após minha morte, quero herdar de mim mesmo um lugar, no mínimo, igual ao que deixei. Vida após vida, algo de mim que fora pedra, rio, árvore, tiranossauro rex, peixe, mosca, minhoca, estrela retorna e passa a ser parte de outros seres.
Não posso dar certeza de que algo de minha consciência sobreviverá após o término desta individualidade. Mas sou religioso, então há horas em que ter fé basta.
Pode ter aí uma dose de conservacionismo conforme citado acima, mas quem não busca para si algum conforto nesta vida? Aceito a fome, o frio e a doença como partes de minha caminhada na Terra, mas também aceito o fato que lutarei contra estas situações para manter-me vivo.
No fundo é disso que trata a Wicca: como toda religião, busca uma explicação satisfatória para aquilo que acontece quando fechamos pela última vez os olhos. Talvez agora, porque a base dela é formada por muitos jovens, esta questão não esteja na pauta do dia, mas a medida que seus praticantes envelhecem, as perguntas mudam de "feitiços de amor" para coisas mais viscerais, profundas.
Não há um céu que nos espera. E nosso destino está atado à Gaia, queiramos ou não.
Então será a hora de nossa última caminhada, a sós, pelo caminho que Perséfone nos abre.
quarta-feira, 21 de novembro de 2007
DAS CHUVAS
A semana passada foi de frio e chuva aqui em Guarulhos. Tremi de frio às portas do Solstício de Verão.
E agradeci a cada gota que caia, ainda que seja ácida. Ainda que não possa mais bebe-la do seio da nuvem assim como fazia meu avô. Do seio!
Agradeço pela grama e pela árvore alta. Ainda que hajam poucas árvores, e a grama seja proibida. Proibida!
Agradeci em nomes dos que umedeciam o ar dos quartos com toalhas estendidas, em nome das flores secas nas praças e pombas sedentas. Ainda que seja poucas as flores e doentes as pombas. Pombas!
Agradeci em nome da represa de terra rachada e pelo agricultor ansioso. Ainda que o nível caia ano a ano, e que o transgênico coloque um código de acesso em cada semente. Semente!
Agradeci em nome do rio. Rio domesticado, cercado de concreto, mas ainda vivo. Que ruge, que ruge (pois há um dragão em cada leito)! Concreto!
Agradeço ao Divino pelas bençãos dos céus. Ainda que sejam sob luta. Luta!
Que o equilíbrio perdure. Que dure enquanto canta o trovão. Que cantemos!
Que Assim Seja!
Sabem o que rima com chuva?
Cordel do Fogo Encantado!
terça-feira, 20 de novembro de 2007
DO SACRIFÍCIO
Sacrifício: Sm. 1. ato ou efeito de sacrificar (-se). 2. Privação de coisa apreciada. 3. Renúncia em favor de outrem.
A medida que o Ano Pagão caminha para seu final, nos aproximamos do Início do Outono. Há algo de agridoce nesta data, pois ao mesmo tempo que celebramos os primeiros frutos, seremos parte do cortejo que acompanhará o às portas do Início do Inverno, onde Divino iniciará seu inexorável caminho rumo ao Submundo.
Mas, o que é o sacrifício para nós, wiccanos?
O Sacrifício no Neolítico
No período histórico conhecido como neolítico a humanidade conheceu um florescimento social e cultural jamais visto até então. Com a fixação do homem à terra através da agricultura e posterior surgimento de aldeamentos, foi possível viver de maneira mais segura e, porque não dizer, mais filosófica.
Instrumentos que antes eram meramente utilitários agora ganhavam elementos decorativos. Surgem evidências de brinquedos e passatempos, arte e preocupação com os mortos. Com os excedentes de produção nascem as trocas, dinheiro e comércio. As idéias também viajam, logicamente.
Neste ambiente os arqueólogos encontram em locais diferentes como Çatal Hüyük, Malta e Creta indícios de uma cultura voltada ao culto à Deusa. Nestes ambientes e períodos, no auge de suas culturas, não é encontrada qualquer forma de sacrifício ritual, seja na forma de instrumentos, corpos ou pinturas. Supõe-se que ondas invasões/colonizações indo-européias posteriores (pro-gregos, proto-celtas, proto-germânicos, entre outros) trouxeram o culto solar a estas culturas. E, no seio do Culto Solar regido pelo Deus Pai, encontramos o sacrifício ritual.
Mesoamérica
Uma bem documentada experiência de sacrifícios humanos a fim de apaziguar a Divindade encontra-se nas escavações de cidades das Américas Central e do Sul. Os astecas, antes da chegada dos conquistadores europeus, segundo estudos, sacrificavam prisioneiros de guerra para alimentar seus Deuses. Costume similar foi achado em sítios nas terras maias.
Faça-se notar que elite e sacrifício sempre caminham juntas, pois eram as mandatárias de tais atos. O povo é que penava, seja nas guerras, seja no medo deles mesmo viram vítimas sacrificiais.
Na mesma época das Conquistas, as fogueiras da Inquisição já lambiam a Europa, e suas labaredas chegaram na América. Estes homens santos até meados de 1800 permitiram a destruição dos corpos a fim de lhe salvar as almas. E pensar que o europeu considerava os nativos da Ásia e América, selvagens...
Vontade divina
Estes bem-intencionados homens esquecem os barbarismos narrados em seu próprio livro sagrado, afim de aplacar a vontade de Jeová por sangue. Sem citar todos os confrontos que levaram o Povo Escolhido a tomar as terras das nações vizinhas, podemos citar a tentativa de infanticídio que Abraão cometeria sobre Isaac, seu único e precioso filho, sob ordem divina. Chamam isso de prova de fé.
Maturidade
Cada povo possui seu tempo para madurar as suas relações internas, e seu relacionamentos com o divino não escapa disto. Quanto mais violentas, verticais, hierárquicas forem as sociedades, mais brutais e opressoras são suas relações com o Divino, tendo geralmente a figura do Pai como primazia.
Sob esta pressão o povo comum recorre geralmente a uma intercessora, alguém que possa mediar as relações dentro do círculo divino. No cristianismo do século I, este papel coube a Maria, que também serviu, é preciso dizer, para substituir o culto a Ísis.
Em 1989, durante os protestos da Praça da Paz Celestial por liberdade, nascia em meio ao povo a Deusa da Democracia, que olhava para o gigantesco poster de Mao Tse Tung, patriarca desta revolução que, dias depois, massacraria seu próprio indefeso povo com tanques e armas pesadas.
Um toque feminino
Pode-se supor que as figuras femininas nas religiões possuem papel passivo, mas isto é um engano. A morte e o confronto também As acompanhavam, mas de modo diferente.
Raramente lhes são oferecidas criaturas sangrentas para sacrifício ou mutilação, e mais raramente ainda, humanas. As Valkírias, guiadas por Freya cavalgam as nuvens em busca de soldados mortos nos campos de batalhas, enquanto a Deusa Morrígan velava pelos celtas.
Cibele
À Deusa Cibele, da Frígia (atual Turquia), os sacerdotes dedicavam não só seu tempo. Conta-nos os historiadores que mutilações eram feitas em seu nome. Que os sacerdotes de seu templo cortavam seus órgãos sexuais par dedicarem-se à Deusa.
Pagãs transsexuais modernas terminam por aceitar Cibele em seus cultos pois identificaram-se com este aspecto da Deusa. Rachel Pollack, em seu livro "O Corpo da Deusa" conta-nos que na Índia, os hijra, sacerdotes da Deusa Bahuchara, são supostamente emasculados nos tempos atuais, baseado em testemunho da ativista americana pelos direitos dos transsexuais, Anne Ogborn.
Bode Expiatório
O termo bode expiatório é de origem judaica, onde um bode era solto pelo sacerdote no deserto, e que este levava os pecados da comunidade com ele.
Muitos autores, como os Farrar, afirmam que uma alternativa à morte sacrificial do rei era a colocação de um criminoso em seu lugar. Tenho a sensação que a pena de morte faz do condenado uma espécie de bode expiatório, uma válvula de escape das frustrações das pessoas.
Conversando com as pessoas sobre isto, todas as razões que me apontaram giravam em torno de um único sentimento: vingança, e prazer na morte.
A pena de morte não edifica (obviamente) o condenado e nem a sociedade que a apóia. É somente um ato vingativo. E, falando no campo religioso, o Divino não busca a vingança ao executar a Justiça.
É necessário então que a pena de Maat pese não só o coração de quem se condena, mas de quem também o condena.
Oh, que bela guerra!
Acontecem neste momento, enquanto eu escrevo e você me lê, alguma forma de conflito armado no planeta. Neste momento homens mulheres e crianças matam e morrem por algum motivo. Apesar de acreditar na autodefesa dos povos contra as investidas de aventureiros, preferiria que a Terra não fosse arrasada por bombas, forrada por minas terrestres e encharcada pelo sangue humano.
Mas, apesar disso, o culto a guerra predomina pelos mais variados motivos, mas nenhum deles faz menção ao fato de que nações são arrasadas por gerações. Seja por orgulho nacional, aquisição de recursos naturais, defesa de uma terceira nação, a propaganda da guerra mostra homens e máquinas disparando armas. Mas não há nestas mesmas propagandas o efeito que estas mesmas armas causam aonde cairão.
Mas, se em um certo momento, perguntarmos a estes apoiadores da guerra se aceitam o sacrifício humano, eles dirão horrorizados "Nãããããããããããõoooooooo!" Curioso, não?
Sangue
Verter sangue e não morrer sempre foi uma qualidade feminina. Quando uma pessoa se fere atualmente não teme pela vida, pois temos a comodidade dos hospitais à nossa disposição nas áreas mais urbanizadas. Porém,imagine o que era para um caçador ou guerreiro a perda de sangue, longe de casa e de maiores cuidados, e sem os conhecimentos necessários para deter o fluxo ou limpar a ferida?
Supõe-se que uma das causas da natural associação da mulher ao Divino seja a capacidade de não só gerar filhos (em um tempo que tal "mecânica" era desconhecida e o papel masculino nisto, ignorado), mas também de poder sangrar em seu ciclo menstrual. Se muitas mulheres permaneciam juntas, os seus ciclos se ajustavam, e estes ainda por cima, coincidiam com as fases da Lua!
Sangue menstrual era misturado à leite e mel e espalhado nos campos a fim de devolver à Terra sua fertilidade perdida.
Alternativas
Os wiccanos hoje são totalmente contrários aos sacrifícios animal e humano (obviamente). Muitos ainda abrangem este conceito à alimentação e vestuário, não consumindo qualquer produto de origem animal. Também são simpatizantes ou atuantes em diversos orgãos de direitos humanos.
Se querem sacrificar algo, o fazem através de seu tempo e esforço, não fazendo uso de vítimas vivas. Quando querem fazer um sacrifício ou pacto de sangue, vão a um hospital e fazem uma doação em favor da Humanidade(rs).
Este é uma forma verdadeira e moderna de sacro ofício.
Viu? Simples!
quarta-feira, 14 de novembro de 2007
DA CURA
Nada morre, tudo se transforma. O Espírito vaga, vindo ora cá, ora acolá, e ocupo qualquer forma que deseje. De animais, passa a corpos humanos, e de corpos para animais, mas jamais perece.
Pitágoras, Metamorfose XV.
Vez ou outra nós pagãos recebemos pedidos para confecção de rituais curativos, afim de dar cabo de doenças que atingem o corpo físico das pessoas. São netos, filhos, maridos, mães, irmãs, namoradas, amigos desejosos de ver seus entes queridos restabelecidos. E isto quando a magia pedida não se dirige ao próprio solicitante.
Muito escreve-se em livros wiccanos, em comunidades e "sites" sobre rituais e práticas de cura usando técnicas originárias desde o distante oriente e centro-europeu aos povos nativos das Américas e África: homeopatia, cromoterapia, aromaterapia, pedras quentes, acupuntura, massagens, bençãos, passes e afins. Mesmo aqueles que pouco ou nada crêem submetem-se as mãos diversas práticas afim de retomar a saúde quando todas os tratamentos tradicionais se esgotaram.
E é muito estranho falar de tratamento tradicional para métodos de cura que só têm poucas centenas de anos de existência! Durante milênios o tradional era a consulta ao mago da aldeia, à parteira e mesmo os ferreiros e outros mestres de ofícios. Os medicamentos eram menos sintéticos e a cura vinha quase que diretamente da Natureza. Aliás, falando nisto, convido vocês a passarem pelo blog Cura pela Natureza, que trata especificamente deste assunto.
Preparando o Caminho
Como religiosos, deve-se salientar que as práticas rituais de cura dentro de uma estrutura religiosa visa, principalmente, a cura interna, espiritual. Em essência, lidamos com o intangível, com aquilo que não é material e não pode ser tocado pelo bisturi ou alopatia. As doenças em seu aspecto físico são melhor curáveis, deste modo, com a medicina tradicional.
Para ilustrar, é senso comum dizer que é mais fácil e eficaz levantar uma caneta da mesa simplesmente pegando-a que juntar em torno dela dezenas de sensitivos para faze-la levitar.
Há muito a ciência alopata tem salvo vidas das doenças que hoje são de simples cura ou prevenção, como gripes ou paralisia infantil, mas que a pouco mais de cem anos ceifavam vidas independentemente de sua posição social ou dinheiro no bolso. Não há imposição de mãos que sare melhor uma perna quebrada do que o gesso, convenhamos.
Lógico, temos os milagres: impossíveis de provar, porém há centenas de relatos que ultrapassam fronteiras religiosas não podem estar errados. Mas a quantidade destes homens e mulheres santas é insuficiente para o atendimento efetivo da população humana.
Para tudo existe um limite, e nossa ciência que quase dobrou nossa expectativa de vida, unida é certo a alimentação balanceada, exercícios físico e uma boa dose de felicidade periódica não pode nos livrar das mãos da Ceifadora.
Então, não há esperança? Estamos à mercê da morte?
Esperança
Doenças psicossomáticas, de hábitos alimentares deficientes, de vidas sedentárias modernas, vícios vários em geral respondem por boa parte dos casos que chegam aos hospitais. Isto sem contar a violência em suas mais diversas formas e origens.
Mas não raro vemos ou lemos sobre líderes religiosos que, baseados em suas interpretações de textos sagrados, transmitem a idéia de o corpo (humano, animal, da Terra) é sujo, naturalmente pervertido, falho, e passível de abandono. Para os escolhidos, resta uma vida incorpórea num paraíso celeste ou terreno. Este, todavia, pasteurizado.
Quem cai na malha deste pensamento ruma assim ao sentido oposto: ao invés do auto-conhecimento, o abandono. A doença deixa de ser o aviso que algo em nosso estilo de vida está errado para tornar-se um flagelo divino, um ato vingativo.
A Roda Gira
A Wicca, através da obediência, percepção e consciência da Roda do Ano, propõe a seus membros não só a correta avaliação de seus potenciais e deficiências, vícios e necessidades, mas também sua abstenção, cura ou tratamento. Quando nos identificamos com a Divindade que morre e retorna, renovada, algo em nós "desce e retorna" também.
A Roda do Ano também nos ensina o conceito da infinitude das coisas: não a do indivíduo, mas da Vida em parcela que ele contém, e que se transmite ao outro nas mais diversas formas: numa palavra, num gesto, numa criação material, artística, conceitual, em um filho uma árvore ou livro (familiar isso, não?).
A Roda nos diz que viver não é respirar, comer, defecar, morrer, procriar apenas, mas que em maior ou menor escala estamos aqui para algo que é maior que nós. E que há um tempo para realização, um tempo para descanso e um tempo para o retorno.
Pausa
A doença nos fornece uma pausa, ainda que forçada, para esta reflexão: o que fiz até agora de minha vida? E, se sobreviver a ela, o que farei de extraordinário?
Em muitos casos a cura não depende só dos Deuses, dos remédios ou médicos. A peça principal é o doente, e dele parte a firme decisão de viver ( e para quê) ou morrer (e porquê).
Então, qual a sua decisão?
Toda vez que leio o texto acima, a música do Lulu Santos ecoa em minha cabeça! Veja se ela se encaixa!
Sergio Thot
quarta-feira, 7 de novembro de 2007
DO CORPO DE GAIA
Perceber é tornar consciência do mundo através dos cinco (ou seis) sentidos. Não é só: também significa raciocinar sobre o que se sente. E estar vivo é reagir diante do que se sente.
Estar vivo é respirar? É pensar? É comunicar? É sentir? É tudo isso? Será mais?
Hipótese Gaia
A Hipótese Gaia, de James Loverlock e Lyn Margolis pressupõe que a Terra é uma entidade viva e que reage a nossas atividades. Mas como pode um bloco de ferro e silício como nosso planeta seria vivo? Responde-se esta pergunta com outra: como criaturas de base química carbono como nós podem ser vivas? Para os seres que vivem dentro de e sobre nós, somos criaturas vivas?
Em seu livro "Gaia: A New Look at Life on Earth", Loverlock e equipe usam como parâmetro uma característica encontrada tanto no planeta quanto nos seres vivos.
Mesmo diante de mudanças externas causadas como por exemplo variação na quantidade de energia solar durante milhares de anos, a atmosfera se “esforça” para manter suas condições básicas. Dispensa dizer que tais condições servem de suporte a vida na superfície da biosfera.
Fragilidade
A vida é por princípio frágil e valiosa. Se usarmos estes valores para definir o que é vivo e inerte, nosso espectro se reduz consideravelmente. Larvas, ervas daninhas, insetos, animais pequenos e grandes, e mesmo homens perdem sua característica vital... quando nos é conveniente.
Mesmo a racional ciência está impregnada dos valores culturais, morais, éticos e financeiros de seus pesquisadores e sociedades. Principalmente quando o alvo da pesquisa não oferece respostas fáceis.
Sem dúvida a Hipótese Gaia é sustentada por pessoas simpáticas a idéia, mesmo que seus dados ainda sejam inconclusivos. Talvez sejam guiadas por uma forma particular de percepção, afirmando que a vida e consciência podem se manifestar de varias formas.
Se confirmada, pode iniciar uma mudança na forma em que olhamos os seres: não só como indivíduos, mas membros, passageiros de um gigantesco corpo chamado Gaia, que por sua vez faz parte de uma imensa família chama Sistema Solar, que por sua vez...
Se confirmada, pode iniciar uma mudança na forma em que olhamos os seres: não só como indivíduos, mas membros, passageiros de um gigantesco corpo chamado Gaia, que por sua vez faz parte de uma imensa família chama Sistema Solar, que por sua vez, faz parte de uma imensa família chamada Via Lactea, que por sua vez...
O Inverso Também é Verdadeiro!
E se as cidades são os ajuntamentos dos neurônios desta Grande Consciência chamada Gaia? Seríamos cada um de nós seus "neurônios"? E, se sim, que tipo de sinapses conduzimos em nosso dia-a-dia até o fim da existência?
Rs, são pensamentos assim que embalam minhas sextas-feiras...
E Viva a Grande Mãe!
Segue uma canção-homenagem, interpretada por Caetano, e que me remete aos velhos programas da Tevê Cultura... Quem tem mais de 30 anos vai lembrar!!!
domingo, 4 de novembro de 2007
DO SEXO
Sempre estranhei que as comunidades wiccanas do Orkut, em uma religião onde o feminino tem primazia, comentem tão pouco sobre a condição da mulher no cotidiano, seja aqui ou no mundo.
Incesto, estupro e as mais variadas formas de violência cometidas contra o feminino (e porque não, machos-beta também), seja em nível divino ou humano, não encontram aqui seu contraponto.
Por outro lado nós pagãos vivemos nos "desculpando" por encarar a sexualidade de modo mais livre. Se dizemos que certos grupos se vestem de céu em seus rituais é o horror dos horrores. O que é estranho pois, as mais populares músicas de nosso país, mulheres são "cachorras".
Estranho é que muitas aceitam o posto. Muitíssimo estranho é o silêncio da maioria. Muitisíssimo estranho é um homem tocar no assunto...
Perguntas pertinentes
A quantidade de mães solteiras cresce a olhos vistos. Como esta nova geração se desenvolverá?
As clínicas clandestinas abortivas operam a todo vapor. Legalizar? E em que moldes?
Mulheres da África e Oriente são vítimas de apedrejamentos e estupros em massa(!). Não é de nosso país, nem de nossa religião, logo não é de nossa conta?
Como ver a Terra como Mulher mas permitir que suas filhas sejam violadas desta maneira? Ninguém ouve os gritos de Korê?
Beltane
Para os que rodam pelo Sul vivemos o Beltane, e com ele todas as associações sexuais possíveis. Mais lembremos que o sexo, de um modo geral, é visto ou com reservas ou com escárnio.
É este um bom momento para uma discussão profunda sobre isso.
Ou será que são tudo flores?
Kali, olhai por nós!
quinta-feira, 1 de novembro de 2007
DOS "PINK WICCAS" E QUEJANDOS
Por S. Thot
Nos últimos anos tem-se observado o número crescente de pessoas interessadas em religiões pagãs. Na esteira deste interesse, diversos autores criaram publicações, sites, blogs, comunidades e msn's.
Os seguidores mais antigos, anteriores a este boom de informação, sentem-se ameaçados e traídos, pois suaram para conseguir conhecimento, autorespeito e respeito de outros do próprio grupo e de outras comunidades religiosas. Hoje, qualquer um tem acesso a textos antes herméticos, misteriosos.
O Oculto sairia da sombra.
Água com açucar
Não por nada, muito deste conhecimento atual parece diluído, açucarado. Ora para tornar o texto mais palatável, ora para vender melhor sua imagem ou seu produto, sendo difícil determinar o limite entre as duas idéias. Se é que há limites.
A outra face da moeda mostra um público pouco afeito a crítica, a pesquisa e a filosofia, condições básicas para a formação de um caráter religioso forte. Se usarmos o Orkut como base para este argumento, a verdade fica clara: ortografia e gramática de muitos que postam é sofrível. E as perguntas, superbásicas. Sinal que o que leram não passa de placebo. Se pagaram pela informação (e hoje, quase tudo é cobrado), jogaram dinheiro fora.
É como um tsunami: poderoso, mas temporário. O que ficará quando a onda passar?
Para Bellum
Depois da onda, vem o refluxo. Membros mais antigos mostram seu rancor nas "páginas" da internet, ora com argumentos, ora com ferraduras. Ou uma combinação das duas, a gosto do freguês. Na onda deles, tiradores de sarro e farristas aproveitam o clima de vale-tudo e tiram uma casquinha. Estamos todos no fogo-cruzado.
Qualquer pessoa que tenha algo a dizer sobre os pagãos não precisará gastar neurônios escrevendo: basta dar copiar + colar em algumas comunidades ou blogs, repetindo assim a mesma informação ao infinito. Isto me deixa contrariado.
Quando entrei, sabia o que queria: dedicar-me ao sacerdócio. Estudei e estudo para isto, não só livros dedicados ao paganismo, mas outras disciplinas também. Então ser arrastado nesta onda me causa muito mal-estar.
Inimigo meu
Só que há o outro lado. O processo a que são submetidas as pessoas tachadas de Pink Wiccas é semelhante aos usados a milênios por outras religiões, seitas e grupos diversos: o outro é o mal, o outro veio nos destruir, etc.
No Cristianismo, religião majoritária em nosso país, dão o nome de Anticristo a esta pessoa e seus seguidores. Independente de suas razões teológicas, este termo tem sido usado há séculos para destruir moral ou fisicamente diversos grupos "opositores", independente da religião ou grupo social.
Um processo semelhante estaria acontecendo entre nós. Um opositor para ser usado como imagem torta: "Veja como somos bons, puros e inteligentes, ao contrário do outro, que é feio, mal e ignorante".
De que cor você é?
Ainda não encontrei uma definição "acadêmica" para o significado da palavra Pink Wicca, o que torna a perseguição a este "grupo" mais temerosa, porque qualquer um pode ser "pink", assim como no passado qualquer um podia ser preso e/ou morto por ser bruxo, judeu ou cristão, dependendo do grupo no poder e das intenções.
Mas também não creio que os que assumem a carapuça rosa sejam inocentes, pois não acredito em vítimas. Existe sim uma generosa massa de pessoas que posa de pagão por vários motivos, menos pelos adequados: exercer o sacerdócio. Quando a chapa esquenta, são os primeiros a pular fora, deixando os que erram no intuito de acertar, com a batata nas mãos.
Conhecer é preciso
Mas também não é para devorar a Biblioteca Nacional. Não se engane: pode-se ler um livro, dez ou cem, não importa. Você adquirirá conhecimento e isto é louvável, mas não suficiente. Postura (e não pose) também será levada em conta. Ação vale mais que palavras ou um fake. Participar da vida de sua comunidade é importante. Não esta aqui, mas a de verdade: sua rua, seu bairro, sua família, sua cidade. Se deles você não tiver o respeito, ainda que não concordem com suas idéias, não adianta.
Abandone-os. Que sejam felizes, que se enforquem com a corda da liberdade.
Lembre-se, sua comunidade é aonde estão seus sapatos.
E se for para você ser "Pink", ser o inimigo de alguém só para este promover e fortalecer seu grupo, que você pelo menos, seja um bom, inteligente e poderoso adversário.
Isto me lembra um som do Chico, chamado Geni...
quarta-feira, 31 de outubro de 2007
DO NOVO HOMEM
Nos últimos grupos pagãos em que trabalhei, a presença feminina era maciça. Nada mais natural uma vez que a Religião da Deusa é um atrativo muito poderoso para o feminino existem em cada um de nós, tenhamos nós os cromossomos XX ou XY. Tal descoberta e as experiências dela decorrentes, ajudou-me a desenvolver em mim o valor do "outro".
Por existir um número maior de mulheres na Religião em geral e nos grupos em que celebrei em particular, as funções dentro dos rituais não podiam ser divididas em papéis masculinos para homens ou femininos para mulheres porque o número de pessoas nem sempre era o ideal para tal prática. Passamos então a ver o outro gênero com novos olhos através do resgate do masculino ou feminino dentro de nós.
E já que é Assim na Terra como no Céu, esta visão ampliada das coisas acertadamente transborda também para a realidade comum. A genitália ou a visão social deixa de ter papel preponderante sobre aquilo que somos realmente
Nossos Papéis no Cotidiano
Somos uma sociedade em luta, uma sociedade de conflitos. Um deles se refere aos papéis que homens e mulheres precisam desenvolver na sociedade, a começar na celula mater, a família. O homem tem deixado de ser a cabeça da casa em muitas cidades do Brasil. Seja porque morram mais cedo, seja porque se divorciam/abandonam as famílias.
Em minha própria família isso foi uma realidade. Minhas duas avós e minha mãe ficaram viúvas cedo e tiveram que gerir sozinhas as suas casas. Há campanhas governamentais que focam diretamente na saúde do homem que, como sei muito bem, não gosta de médico. Tem até um vídeo sobre o assunto.
Muitos banco populares têm feito empréstimos somente às mulheres porque costumam ser mais contantes nos pagamentos, além de serem os "homens da casa", por assim dizer. Há uma experiência muito boa em Bangladesh sobre o assunto.
Um novo papel cria-se agora na sociedade, de maneira lenta e gradual! Nós homens estamos um tanto perdidos, onde temos que ser dóceis no mundo privado, porém agressivos cá fora neste capitalismo selvagem. Ser capazes de dar conta da troca de uma fralda, mas também de combater na selva de pedra. Só que em quem nos espelharemos? Somos uma das primeiras gerações a se encontrarem com esta nova realidade. Se não há modelos confiáveis, como podemos cultivar a nosso novos papéis se vivemos em cercados?
Mulheres sem dono
Incrível como os conceitos mudam com o tempo, espaço e povo. O conceito de mulher virgem é um exemplo disso. As mulheres eram virgens não porque nunca tenha se deitado com um homem, mas porque não pertenciam a nenhum.
Num sentido mais profundo, é uma mulher que está ao nosso lado porque o deseja, não por medo do "mundo lá fora", ou piedade, ou interesses. Essa mulher é alguém que nos chama para segurar o alfinete da fralda, mas que também empunha a espada e escudo, com a pele pintada pra guerra e diz: vamos nessa!
Então é isto! Mulheres capazes do manejo da espada ao lado de homens capazes de fazer mamadeiras, todos em igualdade de condições, livres para assumir posições conforme as coisas acontecem, apoiando assim uns aos outros!
Isto, lógico, pede um novo homem também! Um que não se intimide com essa mulher forte e senhora de si.
Ah, este post sobre mulheres fortes merece um som do Ministro!
Ps:
Um texto interessante: Do Macho-Alfa
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
DAS DIVINDADES ARISTOCRÁTICAS
Este novo foco a que me refiro baseia-se no entendimento que tenho sobre a palavra pagão: do latim paganus (camponês, agricultor), estes Deuses são aqueles ligados à colheita, vegetais, alimento. Por extensão, também os associo aos deuses da caça e pesca, lugares selvagens, corpos celestes e ancestrais.
Em um mundo regido pelos ciclos naturais, onde a humanidade vivia com aquilo que retira da terra, Deuses mais aristocráticos e dotados de atributos mais “sofisticados” não inspiram grande devoção.
Mão na Enxada
Posso citar como exemplo Amun-Rá egípcio, cultuado nas grandes cidades pelos faraós e sacerdotes, mas que não se sobrepõe a Osíris (o rio Nilo) e Isis (seu vale inundável e fértil).
Entre os gregos temos Zeus, Hera, Áries, Hades. Apesar de poderosos, todos se renderam a Demeter em ocasião do rapto de sua filha Kore/Perséfone. Os Mistérios Eleusinos sobrevivem até hoje, segundo me consta, em agradecimento a Demeter e Perséfone, senhoras da agricultura.
É Carnaval!
Na Roma Antiga temos a Lupercália, culto ao Deus Lobo Lupercus, guardião da cidade. Fortemente ligado à fertilidade e proteção dos rebanhos, seus sacerdotes vestidos em peles de lobo açoitavam com cintas mulheres dispostas a engravidar.
Como quanto maior a área atingida maior a possibilidade de fertilidade é de se esperar que tais cultos terminassem em uma grande festa de pessoas seminuas. A data em que se comemorava a Lupercália era 02 de Fevereiro, data curiosamente próxima do nosso carnaval.
Como de hábito, afim de submeter o povo à nova religião, o cristianismo transformou o evento numa comemoração mais comportada: o Dia dos Namorados, comemorado em 14 de Fevereiro em alguns países do mundo.
Vocês conseguem ver um membro de alguma alta casta social dançando seminu pelas ruas de uma cidade? Confesso que seria interessante.
Falando em Carnaval...
Luís da Camara Cascudo, escritor brazuca, narra na obra "Antologia do Folclore Brasileiro" os acontecimento de uma "Festa de Baco em Pernambuco", comemorada depois da festa da Nossa Senhora dos Prazeres. Atenção ao Hino báquico:
"Bebamos, companheiros.
Bebamos, companheiros.
O suco da uva.
O vinho verdadeiro."
Lógico que, após tentativas das autoridades para dar um fim pacífico à festa não surtiram efeito, as forças públicas do governo, com uma "numerosa força de infantaria e cavalaria" deram um ponto final ao assunto. Afinal, somos um país cristão onde festas deste naipe não são bem vistas.
Nosso próprio carnaval, antes da pasteurização das escolas de samba e realizado em avenidas artificiais, foi vítima de perseguições mil numa época que droga pesada era lança-perfume. Deixou de ser festa popular no pleno sentido da palavra.
Coisa de Pobre
Deuses pagãos, no sentido estrito da palavra, são cultuados pelas pessoas que "ralam" no sol e na chuva. Seus cultos são melhor realizados nos campos do que em palácios cobertos de ouro. Seus sacerdotes possuem as mãos calejadas e os pés com o barro da terra que dão sustento a eles e a nação.
Um templo pagão é mais uma imagem de um campo coberto pelas espigas de milho brilhando à luz do sol do que a do Partenon esteticamente perfeito.Pense nisso!
Sergio Thot.
Ps.: Essa coisa de mato, de casinha com varanda pede Zé Geraldo, hein minha meiga senhorita?
Sergio Thot
sábado, 20 de outubro de 2007
BELTANE
De Cecília Meirelles
"A VIDA só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a VIDA só é possível
reinventada."
O Grupo Semente Sagrada lhe convida a participar de mais esta celebração.
Época de fazer alianças, juntar amigos, misturar a massa, ver pronta a obra.
O calor nos agita, com o Sol alto no céu, trazido pela carruagem dourada e seus cavalos selvagens! Na terra as plantas recebem suas primeiras chuvas, ainda tímidas.
No espiritual, Aqueles que se Foram Antes vivem suas primeiras aventuras em sua nova existência. Demeter e Perséfone encontram-se novamente e muitas são suas lágrimas de felicidade. Tantas que lavam a terra da aridez da solidão.
O fim não é real, mas a oportunidade de um novo começo, um melhor começo.
Para celebrar e render culto nós os convidamos novamente!
Não esqueçam de trazer um prato de doce ou salgado, um tecido para sentar, o cartão de pedidos e um item de seu ato mágico.
Usem uma peça da roupa nas cores Laranja, Verde ou Amarela para nos harmonizarmos com o período.
Bosque Maia - Espaço Gilmar Lopes
Domingo, 28 de outubro de 2007.
14h00
Encontro sob a Tenda do Bosque 15 minutos antes!!!
SEJAM BEM VINDOS!!!
Anne, Branwen, e S. Thot - Grupo Semente Sagrada
Visite nossa página no Orkut!
Este é um clássico da MPB, na voz da Gal, para cantar debaixo de chuva!
"A VIDA só é possível
reinventada.
Anda o sol pelas campinas
e passeia a mão dourada
pelas águas, pelas folhas...
Ah! tudo bolhas
que vem de fundas piscinas
de ilusionismo... — mais nada.
Mas a vida, a vida, a vida,
a vida só é possível
reinventada.
Vem a lua, vem, retira
as algemas dos meus braços.
Projeto-me por espaços
cheios da tua Figura.
Tudo mentira! Mentira
da lua, na noite escura.
Não te encontro, não te alcanço...
Só — no tempo equilibrada,
desprendo-me do balanço
que além do tempo me leva.
Só — na treva,
fico: recebida e dada.
Porque a vida, a vida, a vida,
a VIDA só é possível
reinventada."
O Grupo Semente Sagrada lhe convida a participar de mais esta celebração.
Época de fazer alianças, juntar amigos, misturar a massa, ver pronta a obra.
O calor nos agita, com o Sol alto no céu, trazido pela carruagem dourada e seus cavalos selvagens! Na terra as plantas recebem suas primeiras chuvas, ainda tímidas.
No espiritual, Aqueles que se Foram Antes vivem suas primeiras aventuras em sua nova existência. Demeter e Perséfone encontram-se novamente e muitas são suas lágrimas de felicidade. Tantas que lavam a terra da aridez da solidão.
O fim não é real, mas a oportunidade de um novo começo, um melhor começo.
Para celebrar e render culto nós os convidamos novamente!
Não esqueçam de trazer um prato de doce ou salgado, um tecido para sentar, o cartão de pedidos e um item de seu ato mágico.
Usem uma peça da roupa nas cores Laranja, Verde ou Amarela para nos harmonizarmos com o período.
Bosque Maia - Espaço Gilmar Lopes
Domingo, 28 de outubro de 2007.
14h00
Encontro sob a Tenda do Bosque 15 minutos antes!!!
SEJAM BEM VINDOS!!!
Anne, Branwen, e S. Thot - Grupo Semente Sagrada
Visite nossa página no Orkut!
Este é um clássico da MPB, na voz da Gal, para cantar debaixo de chuva!
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
DO RECONHECIMENTO
Há exatos 10 anos duas mulheres e um homem, sensíveis e inteligentes, vieram a Guarulhos e nos concederam luzes para a formação do que hoje é o Semente Sagrada. Os nomes destas pessoas estão gravadas em nossos corações pois, em uma época em que a comunicação eletrônica no país ainda engatinhava, a presença deles delineou nossa formação religiosa de modo inequívoco.
Tudo começou em 1997, quando S. Thot era membro de um espaço cultural na cidade de Guarulhos. mantido pelo mandato de um vereador local, nesta época ali era o ponto focal de muitas pessoas com um pensamento diferenciado. Entre eles havia Valéria.
Feminista e de pensamento libertário, era sem dúvida uma personagem intrigante. Ambos conversavam muito sobre política, movimentos sociais, sobre a vida. Nas reuniões, atos e outras ações, seu senso de humor, clareza e inteligência eram surpreendentes.
Certa vez, em uma reunião administrativa, ela propôs colocar na grade de eventos e palestras a visita de uma feminista paulistana para falar sobre a condição feminina em face da religiosidade atual. Pomposo, não? "E qual o tema colocamos no panfleto de propaganda?", perguntaram. "Bruxaria Moderna", ela respondeu.
Devo lembrar que falamos de 1997! Sem a internet, poucas pessoas conheciam Wicca e afins. Mas Thot (que era Sérgio na época) e outros mais antenados gostaram do tema, que fugia da linha colocada pelo Espaço.
De quantos amigos você precisou para chegar até onde está?
Continua...
Enquanto espera, que tal deliciar-se com outros amigos nossos? É uma galera grande, hein? Caymmi, Vinicius, Baden Powell e um quarteto inteiro afinadinho no Cy. Puxe uma cadeira!
Tudo começou em 1997, quando S. Thot era membro de um espaço cultural na cidade de Guarulhos. mantido pelo mandato de um vereador local, nesta época ali era o ponto focal de muitas pessoas com um pensamento diferenciado. Entre eles havia Valéria.
Feminista e de pensamento libertário, era sem dúvida uma personagem intrigante. Ambos conversavam muito sobre política, movimentos sociais, sobre a vida. Nas reuniões, atos e outras ações, seu senso de humor, clareza e inteligência eram surpreendentes.
Certa vez, em uma reunião administrativa, ela propôs colocar na grade de eventos e palestras a visita de uma feminista paulistana para falar sobre a condição feminina em face da religiosidade atual. Pomposo, não? "E qual o tema colocamos no panfleto de propaganda?", perguntaram. "Bruxaria Moderna", ela respondeu.
Devo lembrar que falamos de 1997! Sem a internet, poucas pessoas conheciam Wicca e afins. Mas Thot (que era Sérgio na época) e outros mais antenados gostaram do tema, que fugia da linha colocada pelo Espaço.
De quantos amigos você precisou para chegar até onde está?
Continua...
Enquanto espera, que tal deliciar-se com outros amigos nossos? É uma galera grande, hein? Caymmi, Vinicius, Baden Powell e um quarteto inteiro afinadinho no Cy. Puxe uma cadeira!
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