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Este post nasce não em SP, mas na Bahia de todos os Santos. Minha mãe e eu fizemos uma viagem emergencial devido a problemas familiares e nosso voo chegou na sexta a tarde após uma conexão demorada em Salvador. Esta viagem teve diferentes significados para ela e para mim. A minha véinha não visitava a terra-natal fazia exatos quarenta anos! E eu consequentemente nunca tive muito contato com essa parte da parentada.
Fomos recebidos pela minha prima e o cunhado dela no aeroporto e de lá para a casa de minha tia, na periferia de Ilhéus. Enquanto atravessávamos a ponte que une a cidade ao continente (ou vice-versa?) Mãe tentava reconhecer na nova paisagem velhos rostos e formas, mas quase sem sucesso. Dispensa dizer que o encontro entre ela foi repleto de repreensões ("ficou tanto tempo sem escrever nem nos visitar" e lágrimas.
Para mim foi revelador porque tive uma overdose de trejeitos familiares, de vícios de linguagem, de hábitos. Foi curioso ver traços marcantes meus e de meus irmãos espalhados em outras pessoas, rs! Foi engraçado ver minha mãe discutir amorosamente com os irmãos dela! E me perguntei se serei assim quando ficar (mais) velho também. Como cresci longe destes laços de família achava que estava imune a este tipo de amor, mas me enganei. Apenas não fui apresentado a irmandade dos primos, ou à proteção e maus conselhos de um tio porra-louca, nem tive o amor, bolos e broncas de vó.
Meus elos com a minha ancestralidade eram curtos. Mas agora estou reparando estes problemas, finalmente e apesar de tantos anos. De certa forma foi um presente de Candelária para mim e aceito de bom grado. E desejo a vocês caros leitor@s que reencontrem também suas raízes e as fortaleçam. E se deixem levar por outras Terras&Eras.
Abençoad@s sejam!